Chato às avessas

A maior falta de educação eu cometi.

Eu sou chato!

“Chato”, é um conceito contemporâneo para definir uma pessoa desagradável.

É desesperador conviver com alguém “chato”, o espírito do ser irritado se manifesta de diversas formas na presença de um alguém “chato”. Podem ser diversas as alterações de comportamento, depende do quão paciente for seu espírito.

Eu continuo “chato”, mesmo sabendo do significado para essa geração plenamente desvirtuada.

Eu sou “chato” para uma geração, que se convence do que é aparente, que se confunde com a imagem e que concede favores ao seu ego, vulgariza o prazer num sentido displicente. É sim, é sem vontade, sua alergia ao que emerge no tempo é grande.

Seu favor ao que é transitório e “mágico” é urgente, tem que ser agora!

Isso me afoga numa “chatisse” agudíssima, meu chatômetro vai aumentando, se alonga por todo pluralismo português.

Não há superioridade nesse momento, há descaso e meu órgão favorito, nem sente mais fome,

Num sentido mais poético, seria: as palavras deste tempo são tão inóspitas ao meu paladar que irrita meu estômago ao tentar ingeri-las.

Sou “chato”, me venço com concretude, mas me refaço com a contextualização, não me entreguei ao descaso do pós-modernismo, ele se entregou totalmente a falácia da relatividade.

Deve ser por isso que me avesso a este tempo.

Sou “chato”! Me renego aos prazeres do casualismo,

Me fecho não em mim, mas nos outros, quero conhecê-los, quero me virar do avesso e ser conhecido, quero poder viver com você, até me conhecer no dia de amanhã no nosso café de manhã.

Chato(s),

Chata(s),

Chatisse(s),

Chatissimo(s).