As bravatas que blindam Flávio podem derrubar Eduardo
Todos os movimentos articulados pelo clã conduzem na direção de manter o senador Flávio Bolsonaro fora da jaula. Não vão fechar o Congresso, STF, TV Globo, invadir a Venezuela e nem editar ato inconstitucional. O grupo militar que preenche cargos no poder veio do porão, é do baixo clero e não possui voz ativa.
A tática usada é: se colar colou, se não colar a gente pede desculpas. Quantas vezes Bolsonaro teve de recuar de uma declaração? Quem é Eduardo na fila do pão para ameaçar a sociedade com mão de ferro? Eduardo é filho de um ditador bananeiro, foi criado em ambiente bélico e violento, mas que na hora H dá uma piscadinha, baixa a guarda e foge.
Utilizando robôs, disparam notícias falsas contra seus opositores, movimentando as redes sociais. Atualmente contam com o apoio, ainda que forçado, de apresentadores de televisão demitidos, que migraram para o streaming e que, no afã de likes e seguidores, acabam dando palco para miliciano beatificar sua arma.
A chave da cadeia é Fabrício Queiroz, homem de confiança que evolui e harmoniza dentro do grupo de milicianos, que tem autoridade nos gabinetes parlamentares no Rio para admitir, demitir, repartir dividendos e movimentar depósitos em contas correntes. Essa é a pedra na chuteira, o calcanhar de Aquiles, o ponto fraco da linhagem que faz de tudo para separar o Brasil dos brasileiros.
As consequências da blindagem desmesurada virão do aprofundamento das bravatas, das apologias à censura e à tortura, com seus efeitos na credibilidade popular e nas denúncias de violação do código de ética, que pode levar ao julgamento nas Comissões das Casas Legislativas, com pena de cassação de mandato.
Contudo, não minimizo o poder do cargo e nem a sociopatia de quem o ocupa. Jair Bolsonaro pode tentar um golpe de Estado, que provavelmente seria à la Brancaleone montado em um pangaré, mas que abriria uma ferida ainda maior em nossa surrada democracia.
Ricardo Mezavila