15 minutos.

15 minutos. 15 minutos era tudo o que eu pediria ao Gênio da lampada caso eu o encontrasse, pois desde pequeno escutava que "o tempo perdido não se recupera", mas jamais imaginei o peso que estas palavras poderiam ter. A minha razão? Ela tinha cabelos curtos e lisos, não era o sol propriamente dito, mas tinha luz própria. Os seus olhos castanhos, estatura baixa e aquela janelinha em seu sorriso eram a mais bela imagem que já vi em toda a minha vida. Eu a amava e essa era unica certeza que tinha. Minha esposa e eu revezávamos para ir buscar Cláudia na escolinha no centro da cidade e era o meu dia. Estava perto do horário eu pensei "vai dar tempo" e fui jogar. Eu podia ter chegado mais cedo, mas a partida era online, não dava para pausar. Traumatismo craniano, foi o que eles disseram. O que houve? Sua escola é no centro da cidade, local muito movimentado e sempre que íamos buscar-la ela corria em direção ao nosso carro que parava em frente à escola. Graças ao meu atraso, ao avistar um celta azul igual ao nosso, Cláudia apenas atravessou a rua mais movimentada do bairro enquanto eu perdia tempo no videogame.