Finados, crônica das Partidas
Aos poucos todos foram indo... indo... e eu na janela do quarto olhando suas partidas.
Aos poucos todos se foram. Uns saíram pela porta da sala e outros, de tão íntimos, pela porta da cozinha.
Ai, que vontade de terminar aquela conversa! De ouvir novamente aquele caso tantas vezes repetido com dramaticidade que só os que partiram sabiam imprimir em suas “contações de causos”.
Por que eu não pude impedir as suas idas e saídas?
Por que eu não tranquei a porta da cozinha?
Por que eu não ofereci mais pão... café... queijo... bolo... e biscoito?
Por que eu não insisti para ficarem um pouco mais para conversar, assistir TV... a novela das 18h ou do rádio às 14h?
Por que eu não escondi a chave da sala?
Os álbuns ficaram no tampo da mesa aprisionando retratos, velhas fotografias...
E só me restou ficar só no jardim cuidando do canteiro das saudades – aquelas flores roxas distribuídas nos túmulos em dias de finados quando eles, os que partiram, iam aos cemitérios saudar os que haviam ido antes.
O cadeado do portão da frente enferrujou me aprisionando na MEMÓRIA do velho palacete da rua. Hoje só escombros e uma ruína.
Aos poucos todos foram indo... indo... e eu na janela do quarto olhando suas partidas.
Aos poucos todos se foram. Uns saíram pela porta da sala e outros, de tão íntimos, pela porta da cozinha.
Ai, que vontade de terminar aquela conversa! De ouvir novamente aquele caso tantas vezes repetido com dramaticidade que só os que partiram sabiam imprimir em suas “contações de causos”.
Por que eu não pude impedir as suas idas e saídas?
Por que eu não tranquei a porta da cozinha?
Por que eu não ofereci mais pão... café... queijo... bolo... e biscoito?
Por que eu não insisti para ficarem um pouco mais para conversar, assistir TV... a novela das 18h ou do rádio às 14h?
Por que eu não escondi a chave da sala?
Os álbuns ficaram no tampo da mesa aprisionando retratos, velhas fotografias...
E só me restou ficar só no jardim cuidando do canteiro das saudades – aquelas flores roxas distribuídas nos túmulos em dias de finados quando eles, os que partiram, iam aos cemitérios saudar os que haviam ido antes.
O cadeado do portão da frente enferrujou me aprisionando na MEMÓRIA do velho palacete da rua. Hoje só escombros e uma ruína.
Leonardo Lisbôa
Barbacena, Finados 2019
Caderno Pensamentos
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Lei do Direito Autoral nº 9.610,
de 19 de Fevereiro de 1998.
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