O ARDIL DE GUILMAR, MORA NA MAIORIA DOS TRAMPOSOS

Morávamos em Belém Novo, Porto Alegre, quando o Brasil conquistou o bicampeonato mundial de futebol, eu mal sabia o que era futebol, mas acompanhava papai e mamãe escutando a narração dos jogos pelas ondas curtas da rádio Guaíba, foi então que ouvi pela primeira vez a palavra "gilmar", nome do goleiro de nossa seleção, hoje o saudoso Gilmar dos Santos Neves. Depois , bem recentemente tivemos Gilmar Luís Rinaldi como goleiro do Internacional e da seleção brasileira.

Anos depois tive um colega de escola, com o nome Gilmar, no curso de eletrotécnica na Escola Técnica Parobé.

Em 2008, quando comecei a trabalhar no judiciário do Estado do Rio Grande do Sul, conheci de vista o Gilmar Ferreira Mendes, então Presidente do STF.

Os gilmares que conheci, contando com os distantes, não são muitos, mas poderiam ser mais, se não fosse o Gilmar tramposo, que relutava em atender pelo nome de Gilmar, pois dizia-se "Guilmar", mesmo que a escrita não tivesse o "u."

Gilmar, ou Guilmar, como ele quer, trabalhou alguns anos na empresa, mas de tantas falcatruas que apresentou, acabou aposentado. Dizem que foi por doença psicológica.

Coisa que não é de se admirar, pois estava sempre com problemas, quando não era de dinheiro, era de relacionamentos.

Tipo bonachão, só sacaneava pelas costas, pois necessitava estar sempre puçuqueando alguma ajuda, quase sempre de dez reais, com a promessa que pagaria no dia seguinte. Os pagamentos eram raros, quando aconteciam eram com dez reais pedidos de uma nova vítima.

As falcatruas eram sem violência, todas comuns e na maior cara de pau. Quando demandava um pouco mais, o golpe era de um atrasado que tinha para receber, então pedia R$ 200,00 com a promessa de pagar R$ 250,00. Assim de cada dez abordados ele lograva um.

Eram tantas as reclamações, que Onésio, o encarregado do departamento de pessoal proibiu-o de adentrar a recepção da empresa, local predileto dele para dar os golpes, principalmente nos horários de saída e retorno do almoço. Quando soube da determinação, fechou o rosto e saiu resmungando que aquilo não ficaria assim.

Dias depois veio o troco, Gilmar apanhou um táxi, na praça da Alfândega, não rodou nem bem meia quadra e pediu que parasse no banco, entrou e saiu, dizendo que havia sacado um atrasado que a empresa lhe devia, e mandou que o carro seguisse até quase final da rua da Praia, onde pediu para que o motorista o aguardasse, pois iria entregar cópia do saque bancário, mas que o aguardasse pois voltaria logo. Durante a conversa, fez questão de dizer-se várias vezes que era o Onésio, encarregado do departamento de pessoal da empresa, inclusive declinando o nome dele.

Passada mais de uma hora, como ele não voltava, o taxista procurou Onésio para resgatar o valor da corrida, mas nada feito, o encarregado não estava, então estabeleceu-se uma pequena confusão.

No dia seguinte o taxista retornou para reaver o que lhe era devido. Apresentado ao suposto devedor, o encarregado Onésio, tomado de surpresa, viu que havia caído num conto, pois não se tratava da mesma pessoa.

Depois Onésio ficou sabendo que Gilmar havia estado na empresa, sob o pretexto de apanhar um documento e saiu pela porta lateral.

Para os falcatruas sempre há uma forma de envolver o nome de pessoas que as desagradaram.

Assim como Gilmar fez com Onésio, estão tentando fazer com Bolsonaro.

ItamarCastro
Enviado por ItamarCastro em 30/10/2019
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