VIVA LA VIDA
O sol brilha todos os dias, em algum lugar, e de graça. Graças a esta gratuidade, ficamos na luz, dispomos da luz. Mas este ciclo não é um ciclo qualquer! Ele marca além da luz, a sombra que o acompanha. A tendência natural da vida é a adaptação, em todos os níveis, a evolução assim se faz presente. Neste ponto, devo falar que o sol aqui exposto, é apenas um marco, uma metáfora, digamos, um relógio solar, marcando o tempo que já se foi. Abaixo dele, neste pontinho azul em meio do universo incontável, a vida segue seu ritmo quase imperceptível neste espaço preenchido apenas por nossa imaginação. Exatamente neste sentido é que giramos 24 horas por dia, divididas entre dia e noite, evoluindo e retraindo nestas duas faces.
A vida pulula em turbilhões! Micro e macroorganismos organizados perfeitamente em cadeias vitais, de relacionamentos, de retroalimentação! As relações são permeadas de interesses. Simbioses, parasitação, comensalismo, juras e traição. Os seres que aqui habitam estão em todas regiões, até nas mais obscuras e abssais que se possa vislumbrar. Navegam em naus flutuantes, outros submergem dentro de seus próprios mares interiores, abrigados e obrigados a esconderem suas tempestades intempestivas, revoluções d'alma que necessita de ajustamentos neste plano menor de navegação.
A chama da vida é incadescente! Alumia e é iluminada. Gestos e palavras divagam sob olhares acesos nos fachos que se revitalizam a cada amanhecer, que ganham força na nostálgica escuridão das estrelas sob a clara missão de fazer olhos brilharem! Vida em movimento, em dinamismo pulsante, errante nos céus feito arquétipos intemináveis, metamorfose de seres titânicos em suas efemeridades e temeridades. A pergunta que insiste à reverberá por este universo profundo chamado eu, persiste e nos questiona: o que somos afinal de contas? Viva la vida...