MORRE UMA IDEIA - BVIW




Há dias em que corremos demais. Uns correm para o ponto de ônibus outros para o aeroporto. Corro para o carro e nunca para a ponte dos tesouros. Dou ré, saio da garagem para subir o restinho do morro. Advérbios e adjetivos, me acompanham até o primeiro sinal vermelho. Volto ao ponto morto. Volto mais de duas décadas na canção do rádio. A lerdeza do semáforo me deu a ideia das ideias e engatei a marcha pisando no acelerador. Pudera a gente pisar nas dores das escolhas erradas que fazemos. Sorri. Sorrir é a melhor das ideias. E se... as pessoas tentassem sorrir gentilmente o maior tempo possível? Tarefa fácil? Sorrir com aquele brilho acolhedor nos olhos é coisa de pessoas que escondem asas de anjos. Abandono a ideia de sorrir com mais frequência, porque eu não ia lembrar mesmo. Tenho uma franqueza rústica nada enigmática herdada de mother. A ideia foi embora sem nem precisar pisar no freio. Cordialidade fake combina com business e até meu espirito poético renasce quando quer e não quando pretendo tê-lo. Sem mais a astrologia está em alta. Eu já tinha percebido através das novelas o quanto tem sido valorizado os gurus, os sensitivos, os esotéricos, os que fazem leitura de estrelas. Por trás deste modismo há um pastoreador de crenças. Vontade de perguntar, quando aprenderei a me comportar como se não tivesse que me proteger de um mundo inteiro?

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Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 30/10/2019
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