Escassez de líderes
Ao fim da Segunda Guerra Mundial os líderes dos países vitoriosos se reuniram. Eles não apenas redesenharam o mapa político da Europa que perdurou até tecnicamente a Guerra Fria acabar em 1991, como criaram uma ordem mundial totalmente nova. Dos cinco países com direito a veto na ONU, quatro estava no grupo dos aliados. A exceção é a China. Um mundo sem grandes líderes é preocupante. Basta olhar o mundo hoje.
Nenhum exercício de imaginação seria capaz de prever como esses líderes acabariam seus dias e como o nosso mundo seria sem Adolf Hitler e o nazismo. Mudando a ótica é possível perguntar: O nazismo seria derrotado se esses líderes não estivessem no comando dos países aliados? A pergunta não deixa de ser perturbadora.
Vamos enumerar esses líderes. O inglês Winston Churchill, o russo Josef Stalin, os americanos Harry Truman e Dwight Eisenhower e o francês Charles De Gaulle. Nenhum deles pegou uma arma e foi para o front ficar cara a cara com o inimigo. Um líder ensina que é possível vencer.
Então desde a metade do século passado o mundo vem sofrendo de uma escassez de grandes líderes mundiais. Aqueles com a capacidade de interromper algo errado, ou seguir adiante com o que é correto. Neste momento, estamos muito carentes de líderes mundiais preocupados com as mudanças climáticas.
Podemos citar alguns líderes que vieram depois. Sem se esquecer que tivemos meras caricaturas de líderes. Cito como exemplo de caricatura Nelson Mandela. Quando a carência é demasiada, isso tende a acontecer com uma certa frequência. Buscamos nos altares aquilo que não existe. O Brasil vivencia um belo exemplo.
No meu conceito de líder, o presidente americano assassinado em 1963 John Kennedy foi o último dos grandes dessa extirpe. Abaixo dele podemos citar primeira-ministra Margaret Thatcher, que comandou o Reino Unido entre 1979 e 1990. A ditadura argentina jamais sonhou que a Dama de Ferro atravessaria o oceano para escorraçá-los das Malvinas.
Talvez, vou assustar citando Mikhail Gorbatchov e o papa João Paulo II como líderes mundiais mas tenho motivos. Só quem é um líder teria a capacidade para colocar o império russo no chão em poucas semanas sem que houvesse sangrentas carnificinas.
Na América do Sul, possivelmente o maior líder foi o presidente argentino por três mandatos entre 1946 e 1974 Juan Domingo Perón. Seria impossível um não líder criar uma ideologia política com o seu nome. O Peronismo é quase uma religião.
Amado e odiado quase na mesma proporção, no Brasil republicano quem mais se assemelha a um líder é Getúlio Vargas. Aqui também sentimos escassez.