OS MEUS DIAS.

Os meus dias…

A cada segundo deles, cada um indistintamente, tem sido de lutas e mais lutas. Eu não estou falando das lutas externas, embora, essas também corroboram com o meu, por assim dizer, declínio. Mas, as lutas internas, travadas no campo de batalha da mente, insanamente migra para o coração, querendo a todo custo derrubá-lo.

Os meus dias…

São na verdade fragmentos, comparo-os a um quebra cabeças, desses de muitas peças, pequenas peças eu diria. Neste momento, neste exato momento, esse quebra cabeça está completamente desarrumado, partes, foram montadas erradas, ou, talvez todo ele esteja errado. Certo é, que a aparente dificuldade parece monstruosa demais, parece, porque na verdade, não é.

Os meus dias…

Às vezes, muito raramente, acontecem pequenos lampejos de esperança, de alegria e regozijo em seu decurso, mas às vezes, e, muito raramente - não me julguem, por favor, entendam - As vezes, o sorriso do palhaço brincalhão não reflete sua verdadeira alma entristecida e oculta. Sempre haverá por detrás da pintura alegre de algum palhaço outra pintura, escondendo por vezes uma face cheia de lágrimas.

Os meus dias…

Como eu gostaria que os meus dias fossem como os dos pássaros. Ter a liberdade de voar, ter o céu a meu dispor. Os pássaros não trabalham para comer, vestir, ou ter onde dormir, no entanto, eles parecem melhores do que nós. Eu queria ser uma águia, ou um falcão, ou qualquer outra ave aliás.

Os meus dias…

Os anos… Meus anos nunca saberão o que os meus dias ensinaram, e hoje, em pleno outubro, já na iminência de novembro, encontro-me entre a cruz ea espada, entre o ser e não ser, entre o ter e não ter, entre o falar e o calar, e nessa indecisão, escrevo. A cada novo minuto a mesma angústia crescente de sempre, quimera da alma, e o meu olhar delirante, perde-se no infinito desses meus eternos dias. Enquanto isso, escrevo.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 27/10/2019
Código do texto: T6780239
Classificação de conteúdo: seguro