Eita, Renatinho! Mas que sujeitinho de sorte, sô!...

""" O sol ardia na pele, quando o jardineiro Renatinho fazia-se anunciar no meu  portão, com o mesmo ruído discreto e respeitoso de sempre:

- Eh, Seo Acir! Pintou-me uma boa chance de ganhar uma graninha ali com a dona Adelair. Ainda tenho crédito para emprestar suas ferramentas?...

- Claro que sim, meu bom e esforçado amigo! De quê você precisa, Renatinho?...

- No momento, o tesourāo e a escada metálica pra podar as árvores bem arredondadinhas, e a cerca viva do jardim de esquina dela... Mas conte lá! como vão seus escritos poéticos pra lá de ganhadores de mulheres, poetinha?...

- Assim você me deixa encabulado, rapaz! Depois, além de não saber ao certo se sou mesmo esse festejado poetinha, o que mais me ataca é o bichinho do huummm,  huuummm...

...hospedado em todos os poetinhas mais compenetrados.

- Disso daí não entendo nada, mas o que sei é que não têm por aqui uma só mulher que não tenha lido seus escritos, sem suspirar pelo menos meia-duzia de vezes...

- Heheheaiaiaiaiaiiii... Acredite, depois dos cinco mil textos e inserções poético-literárias, continuar a escrever com alguma novidade sentimental fica tão difícil  quanto transar essa mesma quantidade de vezes com a mesma parceira de sempre, mantendo o mesmíssimo esperado, necessário e renovado tesão, Renatinho.

- Cruz credo, poetinha!... Jamais pensei em provocar o garanhāo que vive em você, homem do céu... Então, já foram mais de CINCO MIL TRANSAS, poetinha?Vejam só o que as ALMAS POÉTICAS são capazes de proporcionar pro sujeito...

...Quer me ensinar isso, poetinha?!

- Tô fora, Renatinho! Estou falando dos meus textos assimmeioassim poéticos... Imagine só eu, este sujeitinho pra lá de envergonhado, te ensinando a transar...

- Não, não, não, poetinha! Não é isso que você entendeu... Eu queria que você me ensinasse a ser poeta, só isso...

- Puxa, ainda bem que é "só isso", que você quer aprender... O resto, digo, "aquilo", as TRANSAS, delas você deve saber muito bem, pela companheira que tem... Digo isso, com todo o devido e necessário respeito, lógico.

- Não se avexe, poetinha! Que ela faz a "homarada" perder o rumo, isso faz mesmo. Não tem um que não fique com o pescoçāo doído quando ela passa, coitados.

- Ah, é?... E você, Renatinho! Como você tem se virado pra não dar vexame a cada transa com ela, assim tão charmosamente atraente, a ponto de dar nós nos pescoços dos seus admiradores?...

- Olha, poetinha! Eu, embora machinho mesmo, pra te ser bem sincero, cá com meus 6.9 aninhos bem vividos, quase não me preocupo com isso... Afinal, "aquilo" acontece mais ou menos daquele jeito que o padre perguntou na missa, sobre quem faz de seis em seis meses, você me entende?...

- Sim, sim, você quer dizer sobre aquele velhinho que lembrou o dia do "bem-bom", justamente quando o padre perguntou a respeito da frequência sexual de cada fiel ali presente?...

- Pois é, poetinha! Eu sou exatamente como aquele velhotinho que ficou todo feliz e saltitante, ao lembrar que "aquilo" lhe aconteceria naquele mesmo dia, para ele e sua heptagenaria companheirinha. Embora, entre eu e minha deslumbrante parceira, exista um não pequeno detalhe...

- Que detalhe tão importante é esse, Renatinho?...

- Arre égua, poetinha! Pense numa transa a cada seis meses entre um homenzinho de sessenta e nove anos, e uma morenaça de quarentinha...

...O que será mesmo que ela, por mais "santinha" que seja, deve andar fazendo "pelas estradas da vida" nesses outros cinco meses e tanto, poetinha?!...

- Vixe, Renatinho! Tadinho de você, meu bom amiguinho... Muitas vezes a vida faz dessas judiciárias com as pessoas... Ou seja... ela costuma dar goiabada, leite fresco, queijo farto e docinhos mineiros de fazer água na boca de quem nem mais tem garfo e faca pra se deliciar...

- Mas diga-me lá, vocês moram aqui por perto, amiguinho? Você sabe que te pergunto isso, apenas com interesse de te ajudar mais nessas tuas naturais necessidades, se for o caso.

- Sei, sei... """

   Heheheaiaiaiaiaiiii...

Armeniz Müller.

...Oarrazoadorpoético.