Viagem no túnel do tempo-  O discurso  - XII

Naquele ano, 1993, marcaram a confraternização no Parque Ecológico, ficamos no quiosque, realizamos o nosso amigo secreto.
Nesse tempo era muito tímida, mesmo assim o espirito da confraternização estava presente.

Para compensar a harmonia com os amigos, resolvi fazer um discurso...O maior problema era a timidez, para falar em público, nossa!, só de pensar arrepiava.

Resolvi a questão, pedi para alguém da minha casa cortar dois pedações de 20 cm cada um, do cabo de vassoura. Fiz uma emenda de 30 papel sulfite, nele escrevi pequenos dizeres do cotidiano de cada um da repartição. Contando os vícios de forma suave e engraçada.

Tudo certo, e aí?
Como iria enfrentar as pessoas?
Perderia a voz, com certeza...

Quando tive a ideia de pedir para meu cunhado, desenhista, que fizesse um par de olhos, esverdeados bem grandes, tipo caricatura, extravagante e esquisito, para colar nas lentes de um óculos antigo.

Chegada a hora do amigo secreto, começaria por mim, nessa hora pedi a palavra, subi no banco de cimento, coloquei os óculos, nessa hora sabia que pelo silêncio...Com os dois rolinhos na mão (tipo pergaminho), deixei rolar...Causou impacto, oh loco meu, olha o tamanho do bicho...Comecei de repente:
- Pai, olha os olhos dela?
O menino, de mais ou menos cinco anos, tentava olhar por baixo pra ver meus olhos. e ao mesmo tempo risos, conversas.
Lembrando, que podia levar família, comigo ia o marido e minha irma, essa anos depois entraria naquela repartição..Mais a diante chego lá, era uma memina quando eu tinha meus 22 anos e estávamos sempre juntas nessas reuniões que era do meu trabalho.

Na segunda feira meu chefe:
-Você...Não esperava isso de você menina.
Olha! foi muito bom...Parabéns . Mal sabia ele que foi pela minha timidez os detalhes.

 





 
Lilian Meireles
Enviado por Lilian Meireles em 25/10/2019
Reeditado em 28/10/2019
Código do texto: T6779103
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