43 - Quareta e Três
Aprendi anatomia humana estudando em cadáveres de jovens guerreiros. Musculatura perfeita, corpos atléticos sem patologia, todos os órgãos em excelente estado de conservação. Havia, além do corpo, cortes sagitais e transversais de outras peças para ser possível ver tudo o que os tratados descreviam. Podíamos dissecar, ficar horas a analisar o que precisávamos saber. E era tudo simples e racional. A morte deixara aquele espólio e levara da matéria o que lhe daria sentido: o espírito. E, sem ele, a perfeição era um conjunto de carne e ossos que para nada contava no rigor da sua ausência.