Fátima
Conheci um personagem real, de verdade, o Carlos Tito. O chamarei de “CT”. Amigo, grande farrista. Soube aproveitar a vida – creio eu.
E a aproveita agora, hoje – ele está vivo, vivinho.
A vida é rápida, curta, não percamos tempo com futilidades. Mulherengo, de carteirinha. Lhes contarei um de seus prodígios, na vida boêmia dele. Teve ( e tem ainda) ele uma amiga, a Dedé.
Isso aconteceu lá pela metade dos anos 1970 (1975/76). Nesse tempo ele (Tito) estava na caserna.
Era "milico". Vida boa a de milico. Sim, certamente.
Dedé, boa gente, branca, alta, comunicativa, sempre sorridente. Inteligente, isso é salutar no ser humano.
Está viva, com muita energia, mesmo na terceira idade.
O tempo não para - não há por que parar.
Uma filha dela (Dedé) faria aniversário, num sábado. A menina chamava-se Jaqueline.
------ Carlos, sábado é o aniversário da Jaqueline. Vai lá em casa. Olha, sei que és um cara mulherengo. Convidei uma amiga, a Fátima, uma morena bonita. Vais gostar dela.
CT não perderia essa, certamente. Um mulherengo como ele não “bateria fofo”.
Foi. Fátima não havia chegado. Dedé, com seu carisma especial, o recebeu.
----- Carlos Tito, amigo, fique à vontade. Te trarei uma bebida. O serviu. A criançada animada, brincando.
Eis, chegou Fátima. Morena clara, corpo bem feito, rosto também.
----- Oi, Dedé, amiga, tudo bem? Fátima chegou sorrindo, feliz. Trouxe bom astral.
----- Tudo bem, amiga. Pensei que não viesses. A tomou pelo braço.
–---- Vem aqui conhecer um amigo meu. As duas se dirigiram a ele.
–---- Olha, este aqui é o Carlos. É militar. Quer te conhecer. Conversa com ele.
Rolou clima entre eles. Tito se encantou com a recém-conhecida. Não poderia ser diferente, Fátima era atraente.
Tomaram alguns tragos. Dançaram, mesmo a festa sendo de crianças.
Dedé chamou CT. ----- Olha, vamos sair, nós três? Vamos tomar umas cervejas?
O casal aceitou. Foram a um bairro boêmio.
Aportaram num conhecido local, um bar chamado Royal. Local muito procurado pelos frequentadores das madrugadas.
Não mais existe.
Tudo por conta de Carlos Tito. Já perto das 4 da manhã, o anfitrião (CT), com grande desejo carnal por Fátima, a convidou para ficarem juntos.
Tito disse à Dedé: ----- Vamos sair, é coisa rápida. Aguarda a gente aqui. Voltarei, tenho de pagar a conta.
A despesa foi das cervejas e tira-gosto.
----- Vai lá, aproveita bem. Deves me agradecer por ter te arrumado esse mulherão... e por favor, Tito, não demorem, não gosto de esperar – alertou Dedé.
Os dois seguiram, para ficar juntos. Foram a uma pousada próxima. Amaram-se, à vontade. Amor de mais ou menos uma hora, por aí.
Regressaram. A madrugada se ia, terminava, chegava ao fim. Os três voltaram para a casa da amiga (Dedé), já pela manhã.