41 - Quarenta e Um
Reconheço-a mas sou incapaz de definir Poesia. Era uma vez algo tão especial, tão íntimo, tão louco, tão de espuma armado, tão quente, tão bravo, tão ferozmente doce, tão igual ao que sou se perco o corpo e ganho asas que poderia ser poesia. Vinho do Diabo a definiu Agostinho de Hipona, regresso a casa disse que era Paul Celan. Emoção lhe chamou Drummond de Andrade e Gabriel Celaya a viu como arma carregada de futuro. Que futuro? Que voz me traz das coisas a alma que não sei, que palavras se desdobram para ser o que não posso e, ao mesmo tempo, o que devo?