“SE NÃO DER PENDURA, QUE AMANHÃ NÓS VEM DE NOVO...” A verdade é que vivemos pendurando. A roupa no varal, a conta no bar, o quadro na parede, penduramos a chuteira... Penduramos até as palavras ao longo da existência e quando menos se espera, num surto atemporal, resgatamos o “SPC e Serasa” do indivíduo que insistimos em fuzilar com a língua sendo exímios atiradores. Assisti uma briga entre um casal em que a mulher “soltava os cachorros” de forma bruta trazendo à tona os erros do dito cujo desde que se conheceram (12 anos). Engraçado que guardou na sua “caixinha de Pandora” todas as mágoas e ressentimentos como se estas fossem figurinhas de colecionador, e ao citá-las, escancarando a intimidade antes, via-se uma espécie de espuma nos cantos da boca, como se destilasse veneno e aos poucos foi se esvaindo até cair aos prantos. Mas o que atraia, era sua intransigência ao ser “invadida” pela tentativa de justificar do parceiro. Ela não se permitia ouvir. Era um monólogo. “Em terra de tagarela quem tem ouvido é indiferente às falas...” quem muito fala e não está disposto a ouvir, acaba perdendo a credibilidade, mesmo que sejam verdadeiras as opiniões elencadas. Todo mundo quer ser ouvido, mas ninguém quer ouvir. E é tão intrigante essa postura que acaba exilando uma relação de convivência por falta de diálogo. Não foi à toa que ausência de diálogo trouxe consequências desastrosas como as guerras. Aprender a ouvir é como ganhar créditos de cashbank, você “compra” e para incentivá-lo a comprar mais o banco lhe dá um bônus extra, que no final, é essencial pra pagar suas contas. Peça logo o seu cartão!