REFUGIADOS DA SIRIA PELO MUNDO
Há alguns anos atras, conheci um casal de refugiados, com seus quatro filhos.
Vinham da Siria, fugindo do surdor das bombas, que se abatiam sobre a população indefesa.
Paupérrimos, chegaram praticamente com a roupa do corpo, sem conhecimento da lingua.
Que irrisorio, os retirantes nordestinos têm, pelo menos, a lingua a seu favor.
Que destino se lhes aguardava ? Sobreviver em meio à toda a discriminação que se ergueu, na Europa, por conta da leva maciça de refugiados que para lá migrou, em poucos anos ?
Havia uma organização que ajudava na aclimatação desse povo que, no caso do meu pais, ainda recebia uma certa soma do governo para seu pontapé inicial na vida. Privilegio, pois são poucos os paises que têm esse tipo de preocupação social com eles.
Estive em contato e, até hoje, tenho noticias deles.
O pai tem um trabalho subalterno, e mal aprendeu a lingua. A mãe, a mesma realidade. Os filhos, por sorte, estudam. A familia tem contato com outros refugiados.
Do que reclamar ? Da terra que lhes expulsou. Daqueles que deixaram, sem que o quisessem.
Da discriminação ofensiva que sofrem durante anos. Chamaríamos de anti-islamismo.
E eu aqui escrevi uma crônica, que poderia ser poetizada.
Mas ando, nesses dias, com palavras cruas, que se bastam, sem metáforas.
Às criancas, estejam aonde estiverem, que pagam o preço da incongruencia humana.
Bastemo-nos por aqui.