QUANDO UMA AUTORIDADE IMPÕE RESPEITO
Às vezes, quando se pensa nos presidiários ou mesmo quando presencia uma cena de violência policial no centro da cidade, quando se flagra uma cena de roubo, assalto, etc., o nosso pensamento sobre estas pessoas que se dizem vítimas, quando na realidade já foram opressoras, é de pena, dó; mesmo quando no mesmo instante, outras pessoas, em momentos assim, só desejam é que estas mesmas pessoas que estão sob vigilância severa da polícia ou recebendo algum tipo de correção paguem sempre pelo o mal que fizeram às outras pessoas, na sua maioria, inocentes. Então é sempre assim: uma tem dó, outras não. Porém, tudo tem a sua lógica, a sua coerência. Não vale aqui criticar, crucificar quem bate, castiga e, ao mesmo tempo, passar a mão sobre a cabeça de quem errou, pecou etc. Tudo é relativo. Muita cautela nesta hora. Como por exemplo, neste caso que presenciei quando me dirigia ao estádio para assistir a uma partida do meu time. Era um domingo lindo, tranquilo e prometia desfrutar de uma gostosa tarde de futebol. Então, o que eu fiz? Peguei um ônibus de linha normal que passava nas proximidades do local do jogo. E, à proporção que seguiu o itinerário muitos outros torcedores adentravam naquele coletivo, o qual logo ficou lotado. O único imprevisto neste ínterim foi um elemento que não parava de tocar uma corneta muito alto que já estava incomodando outras pessoas que não tinham nada a ver com aquela euforia de jogo, ou seja, eram mulheres, idosos, crianças que estavam indo para suas residências ou outros lugares etc. Apesar do motorista e cobrado pedirem que o tal rapaz parasse com aquele barulho no interior do ônibus ele não deu atenção. Até que, sem ele perceber, o motorista fez um sinal para um policial que estava, aleatoriamente, na calçada e conversou com ele para interferir naquele momento com relação ao rapaz baderneiro e ele atendeu, entrando pela porta de trás e surpreendeu o corneteiro bem na hora em que o mesmo tentava dar mais um sopro no instrumento, o que foi impedido pela mão do policial que apenas falou: “Você quer parar ou descer agora?”. Imediatamente, sem nada comentar, apenas olhando para baixo com respeito e constrangimento, o tal rapaz abaixou a corneta barulhenta e a guardou, deixando para fazer isto quando estivesse realmente no interior do estádio, num local e horários adequados. Portanto, o final daquela viagem transcorreu tranquilamente como deveria ter sido desde o início, mas por falta de bom senso de uma pessoa, lamentavelmente, teve aquela parada que surtiu um efeito desejado e feliz para todos os passageiros. Obrigado, motorista. Afinal, onde há uma autoridade tem que se impor um respeito.