O frango e a pena de morte

Era uma vez um frango.

Pensando bem, “Era uma vez um frango” fica esquisito. Então vou direto para a estória.

Ganhei um frango. Trabalho como instalador de produtos de segurança eletrônica e calhou de eu prestar serviços ao dono de uma granja de criação de frangos de corte.

Terminada a instalação além do pagamento pelo serviço recebi á titulo de gratificação um frango já no tamanho e peso ideal para o abate e selecionado pelos olhos treinados do senhor Mario o criador de frangos, entre um mar de aves todas iguais aos meus olhos de leigo.

Já em casa não fui capaz nem encontrei entre os meus, alguém para transformar aquela criatura inquieta em um frango como os do supermercado. Apelamos aos vizinhos mesmo ante a possibilidade de ter que dividir com eles o presente que eu conquistei como recompensa por ter deixado o cliente satisfeito com o meu trabalho. Mesmo assim foi tudo em vão, ninguém quis aceitar a sinistra empreitada. Para encurtar a conversa o frango ganhou nome e um cantinho no quintal onde virou galo e viveu o suficiente para morrer de velhice com mais de nove anos de idade.

E o que tem a pena de morte á ver com isso?

Sou á favor, a favor de que se realize um plebiscito onde as pessoas compareçam com seus documentos se identifiquem e manifestem sua opinião. O plebiscito deve ser organizado de modo que os que votarem á favor sejam automaticamente inscritos como executores de sentenças e sejam convocados por meio de sorteio, ordem alfabética, idade ou outro meio qualquer para pelo menos uma vez em sua vida realizarem uma execução.

De minha parte, continuo comendo bifes e asas de frango, e não falto á nenhum churrasco quando sou convidado.

zedebri
Enviado por zedebri em 20/10/2019
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