LEI LEIGA

Quando uma pessoa sobe em uma ponte e tenta se suicidar, imediatamente fecham o trânsito nos dois sentidos da ponte e surgem o Corpo de Bombeiros, a Polícia, os Direitos Humanos, a Assistência Social, Ambulância etc. fazendo tudo para salvar aquela vida que, por algum motivo ainda desconhecido, se encontra em desespero. Permanecem ali horas a fio, numa conversa, paciente, meticulosa e reconfortante, na tentativa de convencer o suicida a não cometer tal desatino. Muito louvável a ação, o desempenho e a coragem desses anjos da guarda dos enlouquecidos, que, às vezes, morrem para salvá-los.

Enquanto isso, no trânsito todo parado, pessoas em pé dentro dos ônibus, buscam entender por que nenhum carro se mexe. Dentro das vans escolares, crianças reclamam que já passou o horário da entrada. Outros, xingam, pois perderam o voo mais importante de suas vidas. Consultas marcadas na rede pública, que custaram meses de sacrifícios só para agendar, caíram por terra para muitos. Talvez, em alguns desses carros, contrastando com o suicida, alguém não chegará a tempo de realizar a cirurgia que o manteria vivo.

Mas tudo isso não tem nenhuma importância, pois a operação de resgate foi bem-sucedida.

Porém, um usuário de drogas, em via pública, totalmente desorientado – um suicida em potencial – ainda com o agravante de que pode vir a matar um inocente para manter o seu vício – ninguém pode interferir... se ele não permitir.

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