A violência está por toda parte, as pessoas andam  irritadas sem ligar para as regras, cada um acha que está com a razão e ninguém quer ceder. Dirigir está cada dia mais complicado, não há muito espaço para a tolerância. 

Irritados. Reativos. Desatentos.

Lembra quando as avós ensinavam a pedir desculpas, cumprimentar e respeitar os mais velhos?
Lembra da  professora pedindo para sermos pessoas do bem e ter educação? - ‘’Deixe o amiguinho falar! Escute o outro! Peça licença, não empurre! Não bata no coleguinha! Não tome  a merenda do outro! Respeite, respeite...respeite o outro.’’
  • ‘’Que outro? Onde está o outro?’’ - Hoje com certeza, seria a resposta.
     




O corpo sente todas essas agressões, nunca estivemos tão doentes e descrentes. É tanta notícia ruim que nossos olhos expressam pavor, andamos apavorados com tanta bala perdida, tanta gente perdida  e o medo nos transformou em reféns. 

Vivemos preocupados, vigilantes, observamos uns aos outros temendo ameaças e a qualquer sinal reagimos. Reagimos o tempo inteiro, e nem sempre são reações acertadas.

Irritados. Reativos. Desatentos.





Ansiedade, estresse, medo de precisar de um socorro e não ser atendido, medo da agressão, do desemprego, da fome e de não conseguir aguentar tanta pressão. 

Numa cidade tão sofrida, estamos presos no turbilhão de sofrimento. No dia a dia não há espaço para ouvir, sentir e trocar; ter razão tomou o lugar do ponderar e compreender. 



Procuramos respostas, seguimos líderes em busca de soluções, mas as soluções não estão do lado de fora. Elas estão dentro do coração partido, da mente dispersa, da desatenção como forma de fuga de uma realidade incompreensível. Se não conseguirmos identificar nossas necessidades, se não for possível criar uma conexão, vamos permanecer gritando ao vento.
E não vamos chegar a lugar algum.
Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 17/10/2019
Reeditado em 17/10/2019
Código do texto: T6771982
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