A MUDEZ DA COMUNICAÇÃO (BVIW)

Ando fugindo das conversas sobre política, religião, homofobia, feminismo, e empoderamento*. E sabe, enjoei dessa palavra*! Não aguento mais discórdias por uma sílaba que soe antipática para alguém na roda de amigos ou nos grupos das redes sociais. Limito-me a falar sobre clima, flores, fotografia, literatura e humor. Vontade é de virar bicho-grilo-zen que vejo por aí com seus cabelos dreads em total paz e amor, e guerra não senhor! Temo ficar sem assunto para gente complicada que vive em pé de guerra salivando nitroglicerina em ignorância explosiva. Tenho ficado menos comunicativa, e mais observadora. Não sei fingir que gosto quando estou desconfortável com alguém ou com alguma situação. Chega a ser constrangedor, porque fico numa mudez se o santo do interlocutor não sorri para o meu. Pode variar a conversa, e por mais que eu esteja inteirada no assunto e com vontade grande de participar, evito dizer um a-e-i-o-u. Ao contrário de mim, tenho um amigo que fala sobre tudo que há, e sobre o que há de ser sem se importar se agrada ou não. Outro dia viajando juntos, ele emendava um tópico no outro que, Deus do Céu, como pode? E não era sobre assuntos fúteis, fluía uma conversa boa e inteligente. Falava e só falava. De vez em quando o olhava pelo retrovisor interno para ver onde o desligava. Brincadeira! Até gostei, a descida da Serra foi bem rápida. Nem percebi!