Dois celulares numa tacada só.
Era para ser uma inédita e inesquecível ida a Buenos Aires num Julho de férias.
Quatro dias, cinco amigas desfrutando dos ares argentino, visitando a feira logo ali, na frente do cemitério da Recoleta.
_ Levaram meu celular! Exclamou assustada Maria, após conferir sua mochila vazia, pois, inocentemente, colocara o celular num compartimento externo.
Todas as mulheres ficaram indignadas. Cada uma dando uma ideia diferente.
Ao final, todas, menos a que fora lesada, concordaram em seguir a ladra, que a essa altura já havia sido identificada.
Foi um corre-corre, atravessa uma rua e outra, até que a suspeita desconfiou da perseguição e entrou num táxi, onde já se encontrava sua cúmplice.
E lá se foi o celular, com apenas a terceira parcela paga!
Depois do susto continuaram seu passeio e decidiram ir à delegacia fazer o registro de ocorrência.
No meio do caminho entraram numa loja de bebida para comprar algumas garrafas de vinho que levariam de volta para casa.
As brasileiras, ainda revoltadas com o ocorrido, caminhavam em busca da tal delegacia e Terezinha, conferindo o Waze, se localizava com precisão.
Ainda com a adrenalina correndo em suas veias, as turistas não perceberam o rapaz que andava por entre elas esbarrando entre uma e outra.
Num piscar de olhos o jovem pula e se agarra ao celular de Terezinha.
_ Larga meu celular! Grita enfurecida a moça de óculos escuros e hastes amarelo canário.
_ Socorro! Gritam Maria e Sheila que estavam logo atrás.
_ Polícia! Desesperada e sem ação, chama Lívia por algum policial.
Era uma luta entre a vida e o roubo do celular. Nem o ladão, nem a corajosa andarilha cediam um ao outro.
Do nada, surge um motoqueiro para onde o larápio pulou, deixando cair o celular e sua dona.
Tingida de vermelho, parecendo sangue, a moça levanta-se assustando as demais amigas, mas aliviada com seu aparelho de telefone nas mãos, como um valioso troféu.