De longe
Chegava de longe, ouvi sem querer, me tocou profundamente,
despertando o que eu havia forçado à adormecer,
e procurei você em cada nota da sinfonia,
e veio junto com o vento, que resfriava o meu rosto,
e com ele segui, sem rumo procurei você, a noite chegou,
continuei tentando entender os porquês,
busquei qualquer coisa de você,
senti que você estava em tudo, senti uma estranha alegria,
cada marca sua ficou no poema que li,
na folha que caiu, na outra folha que nasceu.
Por mais que me dissessem, ou que eu pudesse ler,
eu não me convencia, de que o amor não tem explicação,
é algo para sentir,
e mesmo assim continuar sem compreendê-lo.
Sentir sem querer aceitar que é um sentimento para dois,
para que seja pleno, amar é como quem vai ao mar,
para admirar a sua grandeza,
sua beleza e se detém diante do seu mistério
e voltar para casa sozinho.
O amor é assim, inventa, cria, disfarça, mas, não passa,
ele não passa.