Desencanto




 
Quando me faltar a inspiração, estarei morta, sinto um aperto na minha alma, desenho velhas casas, chaminés, nuvens, aves voando, desenho borboletas, ao sol, com abelhas com o mel das flores, desenho o que me absorve, como se fosse poesia que me tira do chão, levando-me para onde, não sei. Os meus pensamentos  divagam entre um não querer me encontrar, um não querer dizer o que me vai de fato por dentro, só quero fugir desse mundo mudo, e gritante. Fico com o meu olhar arrastando-se para distante, por caminhos estranhos me perco, quando me dou conta do lugar em que me encontro, cá estou arranhando as páginas, e tantas linhas tortas e tantos sonhos fogem-me por entre os dedos, e com angústia, minha alma se encontra sufocada, nada mais quero dizer, nem sentir, pois ninguém poderia compreender o meu desencanto.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 15/10/2019
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