A MATEMÁTICA DO AMOR
Aquele estudante já tinha 24 anos, já estava na faculdade e nada de encontrar uma jovem que o interessasse para namorar e, posteriormente, contrair casamento. Nesta época, com a maioria dos seus colegas já tinha acontecido isto. Sempre que ele ia ao casamento de alguém, por mais que se esquivasse, sempre ouvia alguma indireta sobre namoro, noivado ou casamento. Alguns colegas mais afoitos e brincalhões já começavam a apelar com brincadeiras mais chulas e até ofensivas, ou seja, de mau gosto, mas ele não se importava com isso, não levava nada em consideração. Já em sua casa, na sua família, ninguém falava ou comentava nada sobre este seu estado tranquilo de solteiro. Afinal, o que tinha demais viver assim com os pais e não procurar sair muito para baladas, festas, passeios? Afinal, cada um tinha ou tem um modo de viver.
O tempo foi passando e aquele rapaz continuava com a sua vidinha de solteiro e principalmente sem namorar. O único programa que ele fazia, de vez em quando, era participar de uma partida de futebol, ou seja, uma pelada de fim de semana com alguns colegas do bairro onde morava. Mas tudo era muito rápido. Acabava o jogo já voltava pra sua casa; nada de ficar pelas esquinas, bares ou lanchonetes bebendo algo ou jogando conversa fora. Como os vizinhos já sabiam do seu temperamento recluso, não insistiam e muito menos o perturbavam.
Até que de repente, certa ocasião, uma colega de classe, sentindo-se com muita dificuldade em matemática e ao perceber que este colega era muito bom nesta matéria, começou a se aproximar mais dele, pedindo algumas “aulas”, explicações sobre este assunto e ele, gentilmente, não negava. E sabe o que aconteceu? Tira a dúvida daqui e dali e quando menos aquele casal esperava, quem flexou os dois? Ninguém, menos que o Cupido. Pois, à proporção que andava para cima e para baixo com desculpas de dúvidas de matemática, eis que os corações deixaram os números de lado e começaram a palpitar em outra direção, rumo ao amor. Pois é, agora ela ia à casa do seu colega-professor e este também retribuía a visita e, quando menos esperavam, os dois já estavam fazendo programas pela cidade e fazendo outros passeios até por lugares mais aconchegantes do interior de São Paulo. O resultado já foi aquele esperado; da amizade mudou para o namoro, noivado e, obviamente, casamento. E com isso, aqueles que já chegavam a duvidar da sua masculinidade quebraram a cara, principalmente, quando aquela família cresceu, tendo dois filhos lindos e inteligentes. Pelo visto, ambos iam gostar muito de matemática e iam demorar o tanto que quisessem para contrair um namoro ou casamento para seguir ou não os seus pais.