O BOM DA NOVELA
Essa das seis, traz-me saudosas recordações. O bonde por exemplo. Meu pai, levava-me dar volta nele, quando tinha uns sete anos, todas vezes que íamos à capital. Andava sobre tilho, à eletricidade, com barulheira característica. A lateral era aberta. Quando lotado, muitos viajavam pendurados no estribo. A buzina era uma batida de metal ligada à roda. O cobrador percorria pelo estribo em volta do bonde. E cada vez que recebia, puxava um cordão que marcava a quantidade cobrada. Os mais espertos ficavam dando volta pelo estribo, fugindo do cobrador.
Outro aspecto é a loja de tecidos da novela. Idêntica a da Casa Iyda, em Promissão, onde trabalhei por vários anos. Iniciei quando tinha uns treze anos, vindo da roça. Aprendi não só a identificar tipos de tecidos, como até dar opinião sobre modelos apropriados às freguesas. Tive ali colegas veteranos que foram meus mentores. Nelson Françoso, Manoel Gomes, Shiguemitsu Yatsuhara, Jandira Inui. Esta falecida há poucos anos. Outros aonde andarão?
Vender seda e linho, tecidos caríssimos, era preciso muito cuidado no cortar. Recomendava-se tirar uma linha para que o corte fosse reto. Algumas vezes aparecia com corte desalinhado por preguiça de fazer tal procedimento. Procurava-se o autor. Nada de se identificar. Então eles percorriam a nota de venda...