APOSENTADORIA OU MORTE?

Não! Nenhuma destas terríveis opções, pois Ouro de Tolo, já cantava com sua maluquês o irreverente Raul Seixas: Tente! E não diga que a vitória está perdida se é de batalhas que se vive a vida/Vá! Tente outra vez! Pois, é só você olhar no espelho pra se sentir um grandessíssimo idiota ao saber que é humano, ridículo, limitado e que usa somente dez por cento de sua cabeça animal/ E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial que está contribuindo com sua parte para o nosso belo quadro social/ Eu é que não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada e cheia de dentes esperando a morte chegar/Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais, há sempre algo a ser feito. Quem não tem colírio, usa óculos escuros! E eu vejo acima deles que, quem não tem papel, dá o recado pelo muro, pois quem não vive o presente, se conforma com o futuro. Quantos de nós enquadram-se nessas letras? Com certeza, muitos! Olhando no retrovisor do tempo até onde nossa imaginação alcance, a memória ajude e a história também, veremos que nada sabemos sobre nossos antepassados. Dos trisavôs e trisavós quase nada, pouco de nossos bisavôs e bisavós, e quem sabe, algo sobre a vida de nossos avôs e avós. Do pouco que sabemos sobre a vida que levaram, talvez saibamos que, raramente tiveram a oportunidade de ter feito algo além daquilo que aprenderam por falta do tempo livre. Atualmente, nossos pais e talvez muitos de nós, sofrem do mesmo mal com nenhuma contribuição a mais para o nosso belo quadro social! Atualmente, é raro senão impossível, que alguém se perpetue em um emprego. Da mesma forma, é inacreditável que empresas se mantenham no mercado fazendo a mesma coisa, e isso não é novidade alguma. E a consequência é cruel. Isso vale, tanto para jurisdições administrativas, instituições, indústria e comercio, como também para cardápios de restaurantes. O físico e matemático alemão, Albert Einstein, que entrou para o rol dos maiores gênios da humanidade ao desenvolver a Teoria da Relatividade, dizia obviamente: - que não se pode conseguir o mesmo resultado fazendo a mesma coisa da mesma forma por muito tempo. Por isso, você aí, aposentado ou ainda não, tem atualmente a oportunidade de produzir coisas ou conhecimento com o tempo livre que lhe sobra. Desta feita, é temerário esperar pelo emprego que não vem! Talvez ele nem exista mais, e você aí, a espera! Os empregos que ainda existem estão lá porque alguém os criou. E como é fácil ir até ele, não é? E você, com conhecimentos além dos dez por cento de sua cabeça animal, está conseguindo tempo para reinventar-se? Ou, vai ficar aí, com a boca escancarada e ainda cheia de dentes esperando a morte chegar? Enquanto você percebe como é trabalhoso ficar sem trabalho, veja que oportunidades existem em todas as áreas da atividade humana, a exemplo da informática, literatura, idiomas, artes (instrumentos musicais, teatro, pintura, cerâmica, artesanato), homecare (cuidadores de idosos, transportadores de cadeirantes) ou talvez um inovador negócio ancorado em novas tecnologias! Num mundo cada vez mais pragmático, assistimos impotentes aos abruptos choques comportamentais, aos novos conceitos empresariais (startups), ao surgimento de inovadores métodos empregatícios graças a inovações tecnológicas, e ao surgimento de matrizes energéticas alternativas. Inegável é, que o mundo capitalista se reinventa a todo o tempo gerando oportunidades para quem quiser aproveitar, porque além dos quintais com cercas embandeiradas ou não, algo sempre haverá de ser feito ou melhorado! A visão que teremos do trabalho e sua remuneração no médio prazo será outra, fazendo com que o monopólio exclusivista governamental de “associar-se” ao trabalhador sem nada ou pouco dar-lhe em troca, desmorone! Talvez demore para acontecer, mas é fato consumado! Não pelo muro, uma referência sarcástica a censura da época do Maluco Beleza, mas o recado está dado agora pela tecnologia! Viva a própria existência. Reinvente-se. Viva o presente para não ter de se conformar apenas com o futuro! Penso que a monotonia seja responsável por represar as ondas motivadoras de novas emoções que nos fazem vibrar por prazeres pelos quais valha a pena viver.