UM EXERCÍCIO DE REFLEXÃO
80967
Rio de Janeiro, Sábado, 12 de Outubro de 2019
As efemérides de hoje: "Dia das Crianças" e "Dia de Nossa Senhora de Aparecida".
A segunda é o dia de uma santa: da Padroeira do Brasil, seja lá o que isso queira dizer, mas todos o bem sabem.
A primeira comemora e festeja o dia da infância de todos. Das boas e das más, das pobres e das ricas; das favorecidas e das não.
No primeiro caso, não custa lembrar que o nosso país, o Brasil, é considerado e classificado com um país laico. No entanto, isso fica só na teoria, porque na prática a situação é muito diversa. A começar pelo estabelecimento de um feriado nacional. Para-se uma nação por razões religiosas.
É interessante registrar que as estradas em direção à Aparecida do Norte-SP se enchem de carros e de gente, que se dirigem para lá para a dita comemoração do dia da santa. E mesmo com as campanhas públicas que são dirigidas à essa população, os acidentes fatais acontecerão. Por vários e diversos motivos.
Então, para quem não segue nenhuma religião, é acometido de uma situação: fiéis da santa, mesmo indo em direção à sua fé, são atingidos por fatalidades. Mas isso ninguém sabe explicar porque se dá. E como isso já é antigo, não queiramos criar discussões.
Já com a segunda efeméride, o Dia das Crianças, é importante registrar o atual estágio de convívio com elas. A modernidade alterou e influiu numa mudança radical delas em relação às décadas passadas. Investe-se pesado na liberação total das ações infantis, a ponto de ter se perdido o controle sobre elas. E os resultados estão aí para quem os quiser ver.
Claro é que a culpa não é da criança e sim de seus responsáveis. Até porque o próprio progresso quebrou a hegemonia familiar. Daí que os país já nem possuem tempo para seus filhos, substituindo-se por benfeitorias e benemerências à elas, fazendo seus gostos sem limites, a ponto de fazê-las indiferentes a eles próprios. O resultado disso também está aí para quem quiser ver.
E como isso tudo representa dizer uma situação imperiosa, nada vai mudar doravante para melhor. A vida segue e com ela os costumes também. Daí que a cada dia que passar tudo irá mudar. E pelo jeito, de certa forma, para pior. Mas nem todos pensam ou veem isso. Os pais modernos aprovam tais mudanças. No entanto são os que mais reclamam de tudo isso. Um tremendo de um paradoxo.
Quem sofre são aqueles que vêm de gerações anteriores. Três, quatro ou mais, atrás. Tudo para eles foi rigorosamente diferente. E a adaptação aos dias atuais é pesada e sofrida. Mas não há do que correr. É a vida. E ela vai seguindo. E todos nós temos que ir juntos. Querendo ou não. Ao contrário disso, só se estivermos já mortos. Ufa!