CARTA DO PAPA AO EX-PRESIDENTE PRESO. PARA MINHA QUERIDA ANA.

Ana, minha estimada amiga por quem tenho a maior admiração. Vendo seu comentário reeditei a matéria muito discutida sobre a carta escrita pelo Papa Francisco ao ex-presidente encarcerado. Não é minha verdade, ninguém é possuidor de verdade alguma, mas meu entendimento. Estamos todos os humanos de "espírito preparado e atento" pelo mal que corre no mundo, e a Igreja já deu e dá mostras de que é humana, é só frequentar a sua história na idade média, onde a dissipação era gigante, e hoje no maior dos pecados cometidos, o crime de pedofilia, que creio estar ligado ao celibato que vem sendo superado com muitos padres casados. Sob esse ângulo a cisão de Lutero fez fortes avanços, nesse particular e na venda de indulgências. Forte abraço.

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Vejo, lamentando, uma profusão de manifestações à margem do centro espiritual irradiador que emana de lideranças espirituais como a do Papa Francisco, Dalai Lama e outros dessas estirpes, marcadas no mundo para confortar. Mas nenhum crédito inerme alcançará sufrágio.

O Papa manifesta sua “proximidade espiritual”a quem o procurou como acolhida pelo que passa. E o fez uma segunda vez no silêncio do primeiro apelo. A segunda forrou-se na perda dos entes queridos com mais força. E obteve resposta.

“Estimado Luiz Inácio,

Recebi sua atenciosa carta do passado 29 de março, com a qual, além de agradecer a minha contribuição para defesa dos direitos dos mais pobres e desfavorecidos dessa nobre nação, me confidenciava seu estado e ânimo e comunicava sua avaliação sobre o contexto sócio-político brasileiro, o que me será de grande utilidade.”

A mensagem é uma resposta a uma carta enviada na data apontada, início do período pascal, agradecendo ao apoio que o sumo pontífice "tem demonstrado ao povo brasileiro pela justiça e pelos mais pobres".

Nenhum abrigo concedido pelas forças acreditadas e conhecidas pela fé, nega a um filho a palavra de conforto.

Quem se apropria ou assim pretende em momento de consciência cristã, fazer da voz espiritual condão político, peca por pensamento palavras e obras, como se tem visto.

Quando o Papa Francisco afirma que "o bem vencerá o mal; e a verdade vencerá a mentira e salvação vencerá a condenação”, isso se circunscreve à obviedade que nenhum Papa se coloca ou se colocou a favor do mal (guardadas as proporções históricas da idade média, altamente política, antes do iluminismo) ou em linha com a mentira, ou em oposição à salvação da alma. Só a mais áspera e deplorável interpretação assim compreenderia em favorecimento de qualquer lado político. Não existem cabrestos para a espiritualidade, por pior conceito que se tenha da igreja e seus Papas.

Não há nenhum endosso do Papa em favor de qualquer grupo político, mas mensagem a quem procurou um líder espiritual que conheceu pessoalmente, em busca de paz e conforto.

E depreendido o quadro em que se encontra o missivista, diz: “Tenho presente das duras provas que o senhor viveu ultimamente, especialmente da perda de alguns entes queridos, sua esposa Marisa Letícia, seu irmão Genival Inácio e, mais recentemente, seu neto Arthur de somente sete anos, quero lhe manifestar a minha proximidade espiritual e lhe encorajar pedindo para não desanimar e continuar confiando em Deus.” Confiar em Deus é o sacrário alimentado pelo Santíssimo pelos Papas. Confiar em todas as aflições.

São as mais duras provas a perda dos entes queridos,nada igual, e a estas passagens se refere o papa. E A NADA MAIS ENGLOBA. Nada mais. E o faz, especificamente,no cuidado do alargamento de explorarem o que não disse e temia ser explorado, como aconteceu de forma vulgar, por vulgares, de todos os lados.

Assim entendendo diversamente os parvos, tisna-se em grande falha ética e moral, a manifestação papal.

O encarceramento,também e inequivocamente, é uma dura prova. Missão dos juízes instituídos por Deus como nas Portas de Israel. Bernardo Pires Kuster, católico de cepa, acentua: “Pelo contrário, assinalou, a carta é uma expressão de “UMA DAS SETE OBRAS DE CARIDADE, QUE É VISITAR OS ENCARCERADOS”. Assim, tendo em consideração que o ex-presidente do Brasil está preso por corrupção assinalou também que ele “É DIGNO DA MISERICÓRDIA DIVINA DIVINA”.

Para uns, encarceramento, maximamente é dura prova, para outros, como nos traz a história, meio de impulsionar vontades reticentes.

Quando refere o Papa na carta a ele enviada que “além de agradecer a minha contribuição para defesa dos direitos dos mais pobres e desfavorecidos dessa nobre nação, me confidenciava seu estado e ânimo e comunicava sua avaliação sobre o contexto sócio-político brasileiro, o que me será de grande utilidade”, situa com precisão o escopo da mensagem.

E destaca que “Como assinalei na mensagem para o 52 Dia Mundial da Paz, celebrado no passado 1 de janeiro, a responsabilidade política constitui um desafio para todos aqueles que recebem o mandato de servir ao seu País, de proteger as pessoas que habitam nele e de trabalhar para criar as condições de um futuro digno e justo.” Como da sinopse da Igreja católica.

E afirma as funções dos representantes de Cristo, sic: “Tal como meus antecessores, estou convencido de que a política pode tornar-se uma forma eminente de caridade, se for implementada no respeito fundamental pela vida, liberdade e dignidade das pessoas.”

Como universal das encíclicas dos Papas, todas. Respeito pela dignidade das pessoas, sem ação para retirada desse valor que é pilar primeiro constitucional.

Confira a carta na íntegra:

Estimado Luiz Inácio,

Recebi sua atenciosa carta do passado 29 de março, com a qual, além de agradecer a minha contribuição para defesa dos direitos dos mais pobres e desfavorecidos dessa nobre nação, me confidenciava seu estado e ânimo e comunicava sua avaliação sobre o contexto sócio-político brasileiro, o que me será de grande utilidade.

Como assinalei na mensagem para o 52 Dia Mundial da Paz, celebrado no passado 1 de janeiro, a responsabilidade política constitui um desafio para todos aqueles que recebem o mandato de servir ao seu País, de proteger as pessoas que habitam nele e de trabalhar para criar as condições de um futuro digno e justo. Tal como meus antecessores, estou convencido de que a política pode tornar-se uma forma eminente de caridade, se for implementada no respeito fundamental pela vida, liberdade e dignidade das pessoas.

Nesses dias, estamos celebrando a ressurreição do senhor. O triunfo de Jesus Cristo sobre a morte é a esperança da humanidade. A sua Páscoa, sua passagem da morte à vida, é também a nossa Páscoa. Graças a ele, podemos passar da escuridão para luz, das escravidões desse mundo para liberdade da terra prometida. Do pecado que nos separa de Deus e dos irmãos para a amizade que nos une a ele. Da incredulidade e do desespero para alegria serena e profunda de quem acredita, no final, o bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira e salvação vencerá a condenação.

Tenho presente das duras provas que o senhor viveu ultimamente, especialmente da perda de alguns entes queridos, sua esposa Marisa Letícia, seu irmão Genival Inácio e, mais recentemente, seu neto Arthur de somente sete anos- quero lhe manifestar a minha proximidade espiritual e lhe encorajar pedindo para não desanimar e continuar confiando em Deus.

Ao assegurar-lhe minha oração a fim de que, neste tempo pascal de Júbilo, a luz de cristo ressuscitado o cumule de esperança, peço-lhe que não deixe de rezar por mim.

Que Jesus o abençoe e a Virgem santa lhe proteja.

Fraternalmente.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 11/10/2019
Reeditado em 11/10/2019
Código do texto: T6766687
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