O PAPA. CAPITALISMO SELVAGEM. SELVAGERIA OU EFICIÊNCIA?

Adam Smith foi um filósofo e economista britânico, nascido na Escócia. Viveu no conturbado século XVIII, conhecido como século das luzes. É o pai da economia moderna, o mais importante teórico do liberalismo econômico.

Evidente que o capitalismo tem suas incorreções gritantes. Mas está no centro do mundo como organicidade de ideias econômicas que mais ajustaram os interesses do homem. Evidentemente deixando suas marcas indesejáveis como todas as teorias sociais.

O Papa critica os excessos da exploração capitalista, sua selvageria. E critica todas as incursões que desgastam mais ainda os desgastados pela sorte, os deserdados da vida. É bom que se saiba que essa é a missão da Igreja, a opção pelos pobres, a proteção ao trabalho e ao trabalhador. Só néscios desconhecem essa realidade primária de conhecimento, independente dos "pecados da Igreja".

Os grandes fundamentos do trabalho vieram da "Rerum Novarum", sobre a condição dos operários, é uma encíclica escrita pelo Papa Leão XIII em 15 de maio de 1891, " A condição de trabalho".

Os Papas, todos, se colocaram em prol dos pobres. Falta de ótica entender ser qualquer Papa comunista, seria contrariar a escolha que vigora desde o Jardim do Éden. Um primarismo sem fronteiras.

O capitalismo vem desbravando fronteiras, bem ou mal, se impõe. Churchill deixou claro que “o capitalismo é o pior sistema econômico já inventado, com a exceção de todos os outros que foram tentados até aqui.”

E os que foram tentados ficaram na estrada com as piores experiências, aquelas que lembram até hoje e ainda persistem em alguns rincões, a vedação das liberdades fundamentais, as algemas postas nos cidadãos pela maciça vontade do Estado que anula a vontade do homem. Fora os genocídios.

Cessa o livre ir e vir, apertam-se as mordaças, interdita-se a liberdade de expressão, retira-se o direito de escolher a representação social.

“18/09/2008

O capitalismo avança. Folha de São Paulo.

A crise financeira atual é bem diferente das outras. Ela é muito mais global e muito mais rápida. Mas, ao contrário do canto das cassandras que até hoje choram o fim da história e a consolidação da economia de mercado como a mais capaz de organizar a produção de forma eficiente e progressista, ele não enfraquece o capitalismo. Pelo contrário, o fortalece.”

E digo eu, após Mao na China, se instalou o viés capitalista na mescla hoje existente, mostrando o que avançou, o que melhor ajustou o fenômeno social. O capitalismo mesclado, inserido com força. Saíram da fome para a absorção de proteína, passaram a comer carne e figuram como segunda nação na economia do mundo. É só um exemplo.

Na antiga “Cortina de Ferro”, que na verdade era de louça economicamente, o avanço é expressivo nas nações que foram dominadas. O grito da lógica pela escolha do que é mais viável se dá pela fuga da Alemanha Oriental para a Ocidental, com risco de perder a vida como acontecido com muitos. O famoso e sofrido Muro de Berlim. NUNCA SE DEU O CONTRÁRIO, FUGIR DA ORIENTAL PARA A OCIDENTAL. Ninguém fugiu do capitalismo para o comunismo, NUNCA. A Alemanha está hoje entre as primeiras do mundo, e queima carvão como força de combustão.

Mas nem o chavão popularesco, “contra fatos não existem argumentos” é aprendido, logo que não vencem a dificuldade de apreensão os primários. É um desfavorecimento espacial de compreensão pessoal por ausência de estudo avaliativo/histórico, palmilhado pela ciência que comanda o ensinamento; a lógica.

Só quem sofre a chibata e o ferro das grades pode avaliar o que é perder a liberdade. De longe, festejar idéias líricas, fictas, e sentar em bistrô em Paris é fácil, como fez escritor baiano exilado que foi pedir a Getúlio para não perseguir a si e sua esposa, que também virou escritora, e deixá-los em Paris em paz. Não aconteceu, foi para a Polônia morarem em habitação múltipla com banheiro comum. Acharam ruim, espernearam, não adiantou. Mas morreu rico no Brasil.

O que vivemos hoje é mais um capítulo das crises cíclicas do sistema capitalista, já vivemos algumas, mas há um ponto de partida onde todos são livres. Pelo menos. Não são bolsas racistas educacionais que vão resolver a educação, mas o mérito, “todos são iguais perante a lei”, as bolsas racistas são discriminatórias, e não preenchem o mérito. E muito menos bolsas segregacionistas para preencherem o serviço público resolverão problemas, impasses. A educação fundamental é o marco, colégio para todos de qualidade. E bolsas para os que não podem pagar, não por raça, o que discrimina e lança no mercado a insuficiência. Só pela legítima educação se avança, com plenitude de suficiência. Pior do que nada conseguir em educação é o diploma da aparência, os diplomados insuficientes.

“Parido um caldo explosivo de crédito farto e barato, populista, teremos o caos.” Conhecemos isso. É questão de tempo a ruína.

Avanços extremos na engenharia financeira e na desregulamentação dos mercados com grandes reservas de capital de países asiáticos concentradores ou petroleiros em busca de papéis para investir, é visível em arrancadas apreensivas.

Quando o elo mais fraco dessa corrente financeira global - como o acontecido empréstimo imobiliário de baixa qualidade nos EUA, chamado "subprime" - se rompe o sistema entra em colapso. E só não alcançou cartões de crédito pelo alerta havido com quebra de gigante financeiro que fez o governo dos EUA intervir.

Mas querendo ou não os EUA teve no trabalho o arranque para o seu estágio atual de país mais rico do mundo; trabalham. No Brasil é visível essa balança do trabalho e da “preguiça”. São Paulo tem o maior PIB e outras regiões mais carentes as menores produções.

A China avançou tanto por abandonar o centralismo econômico e recepcionar o capitalismo, bem como Índia, Brasil, Irlanda, e África.

O capitalismo está se aperfeiçoando.

A regulação incidirá fortemente sobre os mercados. Está aí o novo desenho do comércio internacional.

Assim caminha a humanidade. De crise em crise.

Marx e Engels, com todos os dissabores do que não viram, que a liberdade é o maior bem humano, viram, no "Manifesto Comunista" de 1848, faz menos de cem anos, “que o capitalismo gerou gigantescas forças muito mais que todas as gerações antecedentes juntas.” Mas nem todos conhecem os alertas de seus ídolos, nada conhecem com profundidade. Ouvem falar e mesmo o que veem não convence.

Quais seriam as outras alternativas ao capitalismo? Coréia do Norte, Myanmar, Cuba, Rússia neoczarista, Venezuela chavista, e similares.

Mas onde está a selvageria do capitalismo? Seu grande pecado.No proveito da lei de procura e oferta, que é o eixo do capitalismo. Aproveito um exemplo meu do momento. Minha neta que vai viajar com toda a nossa família como eventual para Orlando, Natal, viu que haveria um show de artista que idolatra. Queria ir. Para comprar com antecedência o ticket para fim de novembro encontramos dificuldade na internet no link do show. Entrei em contato com amigo lá residente. Muito bem. Um lugar US 76. Mas se pretender comprar lugares juntos, mais de um, cada um US$ 150. Dobra.. Ora, famílias e amigos gostam e querem comprar lugares juntos. Esta a selvageria. Por que essa mudança para o dobro? Nada será alterado em estrutura. É o excesso do sistema.

Aproveita-se o que fatalmente ocorre, pessoas irem juntas e comprarem juntas, para usurpar. Isso é selvageria, e o pior, congelam a busca por lugares com o aumento da demanda. Fatalmente os tickets estarão nas mãos de cambistas mais próximo ao evento. O melhor é não comprar, não estimular. Este um pequeno exemplo, micro, traslade-se para macro. Estão aí os pecados da procura e oferta, lei/combustível de economia, mas o ponto de partida para a disputa de mérito no sistema, apesar de seu embrutecimento corriqueiro, não veda a liberdade de escolha. Esse o grande pilar que fez desmoronar outras teorias.

E os Papas, com sua vasta experiência conhecem plenamente essas arestas. Mas todos os sistemas têm pecados e pecadilhos, nenhum igual ao finado sistema que aborta as liberdades, sobrevivente em guetos com fome, mordaças e algemas. Isto fortemente combatido pelos Papas.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 10/10/2019
Reeditado em 10/10/2019
Código do texto: T6765884
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