O que pensa a população sobre as escolas cívico-militares?* (08/10/2019)
O Governo Federal lançou o programa nacional das escolas cívico-militares. Está prevista a implementação de 216 colégios até 2023 – 54 por ano, a começar por 2020. Agora, é a hora dos municípios aderirem à iniciativa, já que se venceu o prazo dos Estados. Segundo consta, a escola cívico-militar é um escopo desenvolvido para promover a melhoria na qualidade da educação básica do país. Para isso, será construído um ambiente de parcerias e de maior vínculo entre gestores, professores, militares, estudantes e até mesmo pais e responsáveis.
O presidente Bolsonaro destacou a disciplina em escolas com tutela de militares e as classificou como fundamentais para o desenvolvimento do país. “O que nos tira da miséria, da pobreza, da ignorância, é o conhecimento. É o ensino”, disse ele, numa contraofensiva ao governo do PT que tirou o Brasil do mapa da fome, reduzindo significativamente a miséria no país, com programas tipo: Bolsa Família e Fome Zero.
O modelo de excelência das escolas cívico-militares vai abranger as áreas: didático-pedagógicas, educacionais e administrativas; apenas nesses dois últimos casos haverá a participação dos militares. As atividades de supervisão escolar e psicopedagogia, partes do processo de ensino-aprendizagem, continuarão como atribuições exclusivas dos docentes; ou seja, nesse ponto: “tudo como dantes, no quartel de Abrantes”.
O projeto será levado, preferencialmente, para regiões que apresentam situações de vulnerabilidade social e baixos índices de desenvolvimento da educação básica (IDEB), que é o indicador que mede a qualidade das escolas públicas. Em parceria com o MEC, o Ministério da Defesa vai destacar militares da reserva das forças armadas para trabalhar nas escolas levando mais disciplina e organização. A ideia é que eles sejam contratados por meio de processo seletivo.
Como a adesão ao programa é feita de forma voluntária, acredito que a comunidade escolar é que deveria aprovar a mudança, visto que uma das condições fixadas pelo MEC é que Estados e Municípios apliquem uma consulta pública para esse fim. A secretaria de educação do município de Patos, no entanto, já se manifestou favorável à implantação da escola cívico-militar com reuniões realizadas nesse sentido. Só não vi nenhuma consulta pública sobre o que pensa a população a esse respeito; pelo menos, até agora, juro que não vi.