O mais interessante em Dom Casmurro é que o romance realista praticamente obriga o leitor a se tornar participante e a se envolver na trama, ora para tomar partido, seja de Capitu ou de Bentinho, ora apenas para deleitar com a dúvida angustiante. Aliás, o leitor chega a duvidar mesmo do próprio narrador.

Já em Quincas Borbas é um romance desenvolvido como folhetim, e ocorreu entre 1886 a 1891.  Enfocou temas  que incluem a paródia ao cientificismo e ao evolucionismo, bem como ao positivismo de Comte, fazendo uma certa adaptação a tese da seleção natural de Darwin, só que no nível social.

A obra trata sobre a coisificação do homem. Rubião, herdeiro improvisado de uma grande fortuna, cai nos laços de um casal ambicioso; a mulher, a ambígua Sofia,  vendo-o rico e desfrutável, dá-lhe esperanças, mas se abstém cautelosamente de realizá-las ao perceber no apaixonado  traços de crescente loucura.

Em extensos ziguezagues se vão delineando o destino do pobre Rubião e a vileza bem composta  do mundo onde triunfam Sofia e o marido; e não sei de quadro mais fino da sociedade burguesa do Segundo Reinado do que este,  composto a modo de um mosaico de atitudes e frases do dia a dia. Desse mundo é expulso com metódica dureza o louco, o pobre, nas ladeiras de Barbacena, trazem na sua simplicidade patética o selo do gênio.

O Alienista é tão intrigante que os críticos e estudiosos dividem-se em classificá-la, ora seria uma novela ou um conto mais longo. Sem dúvida, a obra de 1882 constitui um marco do Realismo brasileiro, e conta uma história
repleta de ironia sofisticada em torno de pensamentos e comportamentos da sociedade.

E, analisa com profundidade o que vem a ser a loucura e o que seria a sanidade. O capitão da nau é Doutor Simão Bacamarte, um médico que estuda sobre a loucura e cria a Casa Verde, um manicômiono qual interna diversas pessoas da cidade. Ilustra obra o conflito existente entre o ser racional e questiona o que vem a ser o equilibrio das faculdades mentais. Traça sob gotejamento o conflito existente entre a ciencia e religião.

Enfim, Machado de Assis enreda o leitor na trama, em temas polêmicos e controvertidos e, consegue ao final traçar uma discussão sobre como tais visões influenciam os detentores do poder.

Vale destacar que o legado de Machado não inclui apenas seus escritos, mas também a criação da Academia Brasileira de Letras, juntamente com outros amigos escritores. Uma de suas preciosas frases é: "Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa;. o essencial é que saiba amar".
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 08/10/2019
Reeditado em 08/10/2019
Código do texto: T6764444
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