"Homo sum: humani nil a me alienum puto"* (07/10/2019)

Terêncio foi um dramaturgo romano que viveu antes de Cristo. Numa contenda com um vizinho que se intrometia em seus afazeres, preferiu a tolerância como a necessária compreensão do outro. Homo sum: humani nil a me alienum puto (Sou humano, nada do que é humano me é estranho).

Um bebê de 1 mês e 15 dias, deu entrada no hospital Arlinda Marques, em João Pessoa, nesta segunda-feira (7), "com sinais de estrangulamento ou esganadura"; que são um pouco diferentes, porém, ambos os processos levam à asfixia mecânica.

A criança, que já chegou sem vida ao hospital, morava em Itabaiana, no Agreste da Paraíba, e foi transferida após atendimento médico naquela cidade. A mãe (21 anos ), contou que ela havia sido picada por um inseto no fim de semana, contrariando o boletim de ocorrência.

O corpo foi levado para a Gerência de Medicina e Odontologia Legal (Gemol) de João Pessoa, onde será atestada a causa mortis? É difícil aceitar o fato de que essa criança tenha sido estrangulada, ainda que num momento de insanidade da mãe ou de qualquer outro parente.

Duas mãos, enormes, comprimindo o pescoço frágil de um inocente que ao invés de esbugalhar os olhos de medo, confia que aquele gesto é de carinho... E morre sem fôlego, sorrindo. Mas estou apenas sendo trágico como nas composições de Terêncio, pois sei que esse anjinho está dormindo... Eternamente menino.

Misael Nobrega
Enviado por Misael Nobrega em 08/10/2019
Reeditado em 01/12/2023
Código do texto: T6763885
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