Contando a História - Parte I
05 / 07 / de um ano distante – 00:33:09 h
Tudo começa com um questionamento, pergunta-me se estou apaixonada. Não há cumprimento formal, não existe “oi” nem ao menos a vontade de saber se estou bem, ele apenas deseja saber se estou apaixonada.
Penso um pouco, reconheço ser ele o dono de um recado anterior na internet, disse que gostou do meu sorriso. Olho a esquerda, miro o espelho e acabo dando uma boa gargalhada. Ah eu queria estar apaixonada, mas por fim respondo que não, o “nick” é apenas a letra de uma música.
Pergunta-me de onde sou, o que faço. Faço as mesmas indagações, sim, ele faz jornalismo, não, não é revolucionário, não usa camisetas do Che nem faz apitaço na avenida (ah que ótimo !).
Diz não saber o que vai ser quando crescer, me pergunta de uma excursão ao Programa do Jô, diz que morou em Ribeirão Preto (poxa, morava perto de mim).
Vinte e sete minutos de conversa, o moço diz precisar dormir, vai trabalhar muito cedo, nos desejamos boa noite, diz pra olhar a foto e ver que ele está nu, me mato de rir, já era uma graça com três meses. Constatamos que não poderíamos ter um filho, ele todo cabeludo, eu também, nosso bebê seria todo cabelo. Ele diz que nosso filho deveria puxar meus olhos, diz serem lindos.
Ele ainda precisa ir dormir, mas não vai ...
(continua ...)