LEMBRANÇAS SUBLIMES QUE AFLORAM
Com esse movimento de brasileiros novamente indo trabalhar no Japão e a proximidade das festas de fim do ano, vêm à memória algumas histórias decorrentes desse período.
Era véspera de Natal. Clima ameno. Noite enluarada. Estava ceando com alguns parentes.
Vou atender à campainha. Uma senhora, uns 40 anos, casal de filhos de cinco e sete anos. Todos bem trajados, de acordo com a data festiva.
Diz ela que mora em Birigui, cidade próxima. Soube que o marido até então trabalhando no Japão, voltou nesses dias, mas não retornou ao lar. Disseram-lhe que estava em Lins, na casa de uma suposta colega que regressaram junto. Disse-lhe que eram tantos os patrícios que estavam retornando do Japão face à crise dos oitenta, que não saberia dizer-lhe se ele se encontrava nesta cidade, nem tinha ouvido nada do nome citado.
Ela então pediu se não poderia ajudá-la, pois teria as despesas de locomoção. No que foi atendida. Propus levá-la à rodoviária. Mas recusou. Alegou que iria passar ainda em algumas casas de patrícios. Mas num repente, fez-me uma proposta surpreendente: Se não queria adotar o menino...Disse-lhe que não era ocasião para discutir assunto dessa importância...Que terminasse o tempo de festa para retornarmos ao assunto.
Procurei saber dessa pessoa, do suposto marido, na cidade citada. Ninguém sabia de nada. Mas lembro-me das fisionomias das inocentes crianças e isso causa-me certa aflição...