SERÁ MESMO, QUE AINDA É TEMPO?

Fotografia é uma das minhas paixões inextinguíveis!

Sempre fui apaixonada por máquinas fotográficas e muito cedo comecei a fazer meus registros amadoristicamente, em maquininhas sem qualidade, posto que quando criança não me era fácil chegar ao mundo das artes, muito menos ao universo fotográfico.

Naquela época tudo era muito caro, a vida era outra e lembro-me que a primeira máquina de boa qualidade que adquiri foi uma OLIMPUS TRIP, e já usada -lembram-se dela?- totalmente manual, quando eu já contabilizava vinte e quatro anos.

Um museu!-concordo-mas, eu a guardo até hoje a sete chaves! Não existe nada igual a ela!

Foi a melhor compra que fiz na vida, embora de economia duvidosa, posto que ela me permitia bater o dobro de fotos da indicação dos filmes, neles eu os economizava, mas não atentei que iria gastar mais com as revelações.

O mundo sempre me pareceu pequeno demais para as minhas fotografias!

Sou daquelas chatas das festas, das viagens, de todas as horas, metida a fotografar tudo!

-Olha um sorrisinho... para uma foto, por favor!-mas o fato é que depois, todos adoram os resultados, e a modéstia... eu a coloco a parte!

Há pouco, resolvi fazer um curso de fotografia. Muito corrido, pouco captei das aulas. A parte laboratorial requer muita arte e muito tempo.

Hoje,a era digital, sem muita arte...faz tudo fast!

Mas gravei a aula inaugural, quando o professor pronunciou uma frase de Cartier Brenson: “FOTOGRAFAR É COLOCAR NA MESMA LINHA DE MIRA... A CABEÇA, OS OLHOS E O CORAÇÃO”.

-Magnânimo!

Nunca tinha escutado algo tão completo quanto à arte de fotografar. Então resolvi decorar e espalhar!

E percebo que fotografar...é focar o olhar para a vida, é o prazer e a beleza de captar o efêmero. É driblar o tempo num click! É SER MAIS RÁPIDO QUE ELE!

Se passou e não fotografou... passou! Está passado! E eternizar a vida... me encanta! E comunicar pela imagem... me fascina!

Ando com a máquina no carro! Sou pior que um paparazzi! Há dois dias, na sexta, vi um IPÊ AMARELO... MARAVILHOSO. Estava sem bateria na digital. Hoje voltei lá bem cedinho, para registrá-lo... “esse não me escapa”- pensei convencida.

Mas ao chegar, já não estava mais lá. Seus galhos desnudos choravam “todas” as flores que jaziam ao chão. E eu também chorei.

Bastou um final de semana; dois dias atrasada... e deixei de fotografar a vida!

Mas, dizem que sempre é tempo... então...convido-os à reflexão.