Aquela menina
Aquela menina cresceu assistindo comédias românticas.
Sonhava com o protagonista mocinho.
Desejava viver aquela história de amor clichê.
Suspirava apaixonada com o final de cada obra.
Ela só não sabia que na realidade talvez não houvessem desfechos felizes.
Cogitou se os personagens bons fossem meras idealizações de alguém que não aceitava a vida tão fútil.
Com o passar dos anos ela também constatou a predominância dos supostos vilões.
Após a experiência dos seus próprios enredos, passou a questionar o motivo das pessoas serem tão diferentes dos filmes.
Não estava sendo racional em ainda carregar devaneios irreais, mas provavelmente isso mantinha viva sua esperança.
Hoje ela entende que todos somos autores dos nossos contos verídicos.
Cada um carrega a personalidade consequente de suas vivências e o dualismo entre ser mocinho ou vilão é inconcebível em um mundo onde o equilíbrio é crucial.