Olhar 43
 
A primeira frase de uma narrativa é sempre a mais difícil. A gente pensa em coisas maravilhosas e quer simplesmente compartilhar com o leitor. E assim nasce um conto, uma prosa, mais um verso, ou mesmo alguma crônica do que a gente anseia narrar. Tanto que eu imagino o quanto você não tem ideia de me ajudar a trilhar por este caminho, e eu vejo o tanto que preciso de você. Uma crônica sempre é constituída de fatos que nos aconteceu, e que de fato juntos passamos, vivenciamos seus detalhes.
E assim, eu recordo do olhar 43, ou seja namorador daquela moça que deve estar sei lá por onde, talvez em terras de Sampa. Mas a saudade que me vem ao peito é imensa. Noutros instantes eu lembro tantas coisas, lembro-me do meu tempo de infância, recordo meu cavalinho de pau.
Eu me lembro do bambolê das meninas cada uma delas que requebrasse mais. E naquele gingado, no mexe remexe delas. Eu saia brincando de pic esconde. Quem não se lembra das brincadeiras de passar o anel, das brincadeiras de MANDRAKE, aquela que ficávamos estáticos onde alguém de fato nos pegava de surpresa, e por algum tempo. E isto passou né?...
Até mesmo aquele jogo de baleado, onde mesmo sem querer dei um jeito no braço da minha noiva, e teve que engessar. E nesta brincadeira, já estamos juntos há bem mais de quarenta e poucos anos. Só por causa de seu olhar 43.