DESATE DO NÓ. CISÃO DE PODERES. ARMA ENGATILHADA.

Tudo tem um clímax que faz dissolver nós atados por interesses e desvios. Mesmo no ápice das montanhas há uma hora que o degelo acontece. Permanecem as neves eternas. Quem as montanhas nevadas conhece, sabe que na primavera, aparece a sujeira retida que não estava aparente. Ficam por baixo, escondidas. São sujas porque se misturam, não têm transparência.

Nas ditas repúblicas, que do republicanismo se distanciam, o ponto de necrose em algum momento aflora. Chega-se nele pelo embate do que deveria ser harmônico e se desarmoniza de forma clara, inequívoca, nada podendo esconder pelas armas erguidas pelos poderes das repúblicas. Há disputa pela supremacia. Onde a concórdia devia presidir a harmonia, instala-se a discórdia. Existem cabeças, eixos a serviço dessa patologia social, movida pelo interesse pessoal, e mesmo os que estão à margem do processo social interferem.

Exaurida a harmonia entre os poderes da república, com tentativas de neutralização uns dos outros, ou se aparam arestas nos estertores da sepse que se alastra, ou o poder que garante todos os poderes pode surgir, como reportado incansavelmente pela história. É nessa hora que a reflexão ponderada e serena deve alcançar consciências que podem reverter esse quadro.

República é uma estrutura política de Estado ou forma de Governo em que, segundo Cícero, “são necessárias três condições fundamentais para caracterizá-la: um número razoável de pessoas; uma comunidade de interesses e de fins; e um consenso do direito. Nasce das três forças reunidas, entre, uma mistura da “libertas” do povo, da “auctoritas” do Senado e da “potestas” dos magistrados.”

Não existindo esses suportes periga a permanência republicana, onde os direitos fundamentais estão garantidos, pela mesma força que garante os governos e as repúblicas; e a ordem das instituições.

A origem deste sistema político está na Roma antiga, onde primeiro surgiram instituições como o senado. Nicolau Maquiavel descreveu o governo e a fundação da república ideal na sua obra Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio. Não é equação difícil de assimilar.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 30/09/2019
Reeditado em 30/09/2019
Código do texto: T6757823
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