A vida no lixão é difícil, mas não falta pão na mesa”. * (29/09/2019)
- Há fogo no lixão seu moço, corra lá vá apagar, vá!! - Vixe, de novo? “
Hoje faz 38 graus e um céu limpo com poucas nuvens”, diz a previsão do tempo. A sirene intermitente ganha às ruas da cidade de Patos, “sertãozão brabo” das Espinharas, de clima semiárido, com baixa umidade e pouco volume pluviométrico. - Basta seguir a fumaça toxica que se espalha com o vento que sopra a 18 km/h...
Você já esteve num lixão? O cheiro é horrível. O cenário é de desolação. Tudo é triste. Saímos de lá expurgados de vaidade e inúteis de nós mesmos.
Cerca de noventa famílias trabalham no lixão de Patos sem se importar com as doenças ocasionadas pelo manuseio inadequado e ambiente insalubre. São catadores mais por sobrevivência que por necessidade e que reciclam nossas insignificâncias, sem pudor... - Escolhendo para eles, o que não nos serve mais. E achando dignidade em meio a tudo. -
Aqui tem uma garrafa pet; uma geladeira velha; um resto de comida... – Xô, Urubus e Varejeiras! Mesmo em vulnerabilidade social, estudam do lixão; vestem-se do lixão; comem do lixão; nascem e morrem do lixão.
- Água só não basta! Tem que ter trator para revirar o lixo. É fogo de monturo, queima por baixo... - E tem que ter programas sociais; e tem que ter políticas públicas; e tem que ter a igreja presente; e tem que ter indignação... Solução! Tem que ter Aterro Sanitário para não se ter mais lixão.
Que tal, um banquete no lixão? L.A.S de 64 anos, disse ao Jornal da Paraíba, que é do lixo que ele tira o seu sustento: -"Quando achei esse lixão, dormi dois dias embaixo de uma Jurema. Achei uns paus, montei meu barraco e trouxe a minha família. A vida é difícil, mas não falta pão na mesa”.
- Faz isso não, Deus. Faz isso não...