Herança Genética

Minha avó, uma simpática velhinha portuguesa, há cinquenta anos já dizia: o que começa errado mantém-se errado e termina errado. Hoje vejo o quanto àquela velha senhora, na sua simplicidade, sabia das coisas e que de forma alguma estava dizendo besteira. Basta que voltemos então um pouco no tempo para comprovar através da História.
Depois de décadas de lutas entre Portugal e Castela (atual Espanha) pelo domínio das terras que existissem além mar, o Papa Alexandre VI (espanhol), através da “Bula Inter Coetera”, criou o meridiano que passava a 100 léguas a oeste dos Açores e de Cabo Verde. Determinava assim que toda terra existente a ocidente deste meridiano pertenceria a Castela, e Portugal ficaria com as terras a oriente. No ano de 1494, depois da descoberta da América em 1492, Portugal sentiu-se prejudicado e voltou às negociações. Alegou que a “Bula Inter Coetera” vinha a ferir seus direitos já adquiridos, uma vez que negociou com o outro reino o Tratado de Alcáçovas (1479) e obteve posteriormente do Papa Inocêncio VII a “Bula Eterni Regis”, que dividia as terras descobertas e a descobrir por um paralelo na altura das ilhas Canárias. Este dividia o mundo em dois hemisférios: a norte para a Coroa de Castela e a sul para a Coroa de Portugal. Após novos entendimentos, os dois reinos assinaram o Tratado de Tordesilhas. Nele ficou estabelecido que o limite não mais seria de 100 léguas, mas sim de 370 léguas a oeste das ilhas dos Açores. Com isso, mais tarde Cabral (1500) desviou-se de sua rota para o oriente e veio até ao continente americano tomar posse das terras que já eram de Portugal — não fomos descobertos —.
A necessidade de manter a posse das terras obrigou Portugal a colonizar, e para isso este resolveu dividi-la em Capitanias Hereditárias. Mas não houve nenhum interesse dos infantes, duques e condes em receber as imensas e selvagens terras para colonizá-las com seus próprios recursos. Devido a esse impedimento, para o novo mundo foram enviados alguns membros da pequena nobreza (12), além das prostitutas e centenas de degredados e ladrões condenados a cumprir penas fora da metrópole. Juntando-se aos indígenas, aos náufragos e aos piratas (franceses, ingleses e holandeses) aqui existentes, e mais tarde aos escravos que começaram a aparecer, formaram o que hoje somos: – Brasileiros.
Desde então, o aperfeiçoamento dessa genética não parou mais. Os degredados, as prostitutas e os ladrões passaram a elite dominante. Com isso instituiu-se o jeito brasileiro. Desvios, roubos, exploração, corrupção, tráfico e falcatruas são algumas das heranças deixadas pelos colonizadores, e tão bem cuidadas e mantidas na atualidade por alguns inescrupulosos políticos.
É chegada à hora de fazermos desse País uma verdadeira Nação, incentivando a educação, criando oportunidades de trabalho, oferecendo moradia digna e atendimento hospitalar adequado, em fim proporcionar meios para que todos possam usufruir toda sua riqueza. Para tanto, basta que nós homens de bem (maioria absoluta), combatamos essa escória, que não passa de meia dúzia de parasitas, herdeiros diretos daquela genética. Expulsemo-los do seio da sociedade e do poder. Não fazê-lo é o mesmo que avalizar ou compartilhar de seus atos e ter a certeza que daqui a duzentos anos terá alguém como eu fazendo a mesma observação.

26/04/09
Fernando Antonio Pereira
Enviado por Fernando Antonio Pereira em 26/09/2019
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