DEBATER FUTILIDADES. VIVER REALIDADES.
Não é preciso estar diante do “bleu de Chartres”, famosos vitrais da histórica Igreja de Chartres,França, tantas vezes reedificada;
Ou da imensidão do Templo do “Vale de Los Caídos” em Toledo,Espanha;
Ou do inigualável dom de Bernini em Roma exposto pelo “Extase de Santa Thereza D’Avila”, na pequenina Igreja de Santa Maria del Popolo, que poucos visitam na cidade eterna, e passam por suas portas ignorando uma das obras primas das épocas;
Ou para deleitar-se com “A Crucificação de São Pedro” ou com “A Revelação de São Paulo” do mestre Caravaggio, ou em tantas outras igrejas, templos de tantas revelações, para estar próximo da calma da eternidade. Basta entrar em qualquer Igreja, mesmo em frente a grandes avenidas de tráfego intenso, em templos vazios, que se poderá ouvir a calma da eternidade.
Por que se corre tanto em busca ao que nunca se alcançará, e os séculos, o tempo em sua implacável soberania demonstra, contou, conta, e contará através da história?
Por que essa ânsia corrida de ver o mundo de pernas para o ar, na vontade impossível do homem deixar de lado seu egoísmo. Trazer mais convulsão? Quem lê apenas almanaques sabe que o avanço demográfico só mudou arejamentos e luxos, com os motores a propulsão substituindo cavalos e as pernas. E a tecnologia escrevendo tais fatos da impressão à digitalidade, CORRENDO MAIS.
E as ideias continuam rotas, esfarrapadas, repetitivas, esgarçadas. Nada mudou nem mudará, mas há a necessidade terapêutica de colocar para fora frustrações e visões interiores das bolgias descritas pelo Grande Dante Alighieri. Esse inferno há que ser expelido mesmo nas mais recônditas manifestações, insuficientes e sem proveito. Por quê? A esperança do homem melhorar algum dia já morreu na desesperança trazida pelos fatos e pela história que se repete.
E continuamos o passo trôpego sem a bengala da suficiência meditativa e constatadora da realidade.
Que se ache ao menos a paz interior já que a paz social é impossível....
Estamos “vis a vis”, sempre estivemos, face a face ao que todos procuram mesmo sem consciência da procura, a paz. Somente não percebemos pela entrega diária às futilidades que passam, sem centrarmos nosso cérebro nas grandes questões maiores que vão desenhando a cena da humanidade e não se dirigem a exterioridades.
Ninguém encontrará paz na desarmonia que reina no mundo, mas no mergulho impositivo e necessário ao nosso interior, longe de questiúnculas frágeis que não resistem à lógica comum.
Essa a supremacia da grande energia que recepciona e doa a calma absoluta, eterna, a mesma que nos foi legada pelo dom da vida e lacrada de inacessibilidade à inteligência da criatura, segredo do criador a ser revelado no passo final.