Por que os professores das humanidades são, em sua maioria, de esquerdistas?

Houve um tempo em que se falava sobre ''descobrimento do Brasil''. Primeiro, em 1500 D.C, não existia o país Brasil [ainda suspeito que não exista, e sim uma colônia de exploração disfarçada de república democrática federativa]. Segundo, o descobrimento aconteceu, de fato, mas de acordo com a perspectiva do europeu, do colonizador/explorador. O que também aconteceu foi uma invasão ou apropriação de terras, que já tinham donos. Segundo a perspectiva do índio, portanto, não foi um descobrimento. Apenas a narrativa do europeu não é ''escola sem partido'' coisa nenhuma. Historiadores, filósofos, muitos se não a grande maioria deles, com viés esquerdista ou progressista, completaram essa interpretação parcial, dando nomes certos ao fato histórico e aos seus protagonistas. Não para por aí. Em outras épocas, ensinava-se sobre a ocorrência da escravidão como algo natural ou inevitável, claro, sempre de maneira a suavizar o comportamento do homem hétero-branco europeu em terras americanas. Basicamente não se falava sobre civilizações e culturas africanas. Hoje, esses dois problemas graves de interpretação ou ênfase curricular foram, por agora, solucionados. Afinal, a maioria dos brasileiros são afro-descendentes, independente da cor da pele. Se temos uma matriz racial e cultural composta por 3 raças fundadoras, não faz nenhum sentido termos aulas de história de apenas uma delas. Pois era assim que o rio corria, como falei noutro texto, de antes da chegada da filosofia ou do pensamento crítico nas escolas.

Doutrinação? Não, conhecimento.

E, com interpretação de texto correta também.

Dar nomes aos bois, simples assim. Ensinar os verdadeiros porquês [$$] das guerras, como das duas guerras mundiais, da primeira metade do século XX. Não ter medo de apontar para os verdadeiros culpados. Este é um dos papéis mais importantes das ciências humanas, incutir o pensamento crítico ou moral aos problemas humanos, problematiza-los, ao invés de lhes dar eufemismos ou contar metade da história.

Mas, o mais importante nesse assunto, para muitos, ainda é a tendência predominante dos professores de história, geografia, enfim, das humanas, de serem ideologicamente esquerdistas, no sentido de defenderem medidas socialistas para a sociedade ou contrárias ao capitalismo. Por quê??

Bem... seguindo a mesma lógica do "também foi invasão, não apenas descobrimento", o capitalismo não é apenas um sistema econômico (e social) que promove a propriedade privada e o mercado livre pois naturalmente resulta na construção de uma sociedade desigual, em que os donos dos meios de produção usam a força de trabalho, os trabalhadores, para sustentar e ampliar seus negócios, isto é, enriquecendo com base no suor do trabalho alheio, já que, rotineiramente, pagam mal seus empregados, que em língua bem franca, é o mesmo que exploração, que é o mesmo que parasitismo. Por aqui, também não existe apenas uma versão da história..

Dizer que parasitismo é parasitismo, que exploração é exploração, ou, o básico do conhecimento, de ser preciso com os conceitos..

Tal como os professores de matemática, que também aprendem e ensinam o melhor conhecimento de sua área...

Deve ser apenas por isso.