Dominical
Edson Gonçalves Ferreira
Antigamente, domingo era dia de missa e de observar o dia santo. O dia em que Deus descansou depois de criar o universo. Com a modernidade, domingo virou outro dia. O dia em que o homem se retira para o templo, mas não o templo igreja, mas o templo do lar e, afinal de contas, não deixa de ser um ato sagrado.
Como ex-seminarista, penso que existe sim algo de sagrado no domingo. Domingo é dia que tenho que rezar -- diferente de como rezo nos outros dias, porque é preciso rezar sempre -- agradecendo o milagre da vida e, como escritor, o milagre de saber usar a palavra para chegar mais perto Dele.
Assim, acredito que temos uma missão fantástica: a de educar as novas gerações para que ela saiba que, cada dia, precisamos viver como se fosse uma oração. É claro que já escuto alguém dizendo que, quando fazemos amor -- sim o amor carnal -- pecamos. Não, não e não!... Amar é o encontro não só de corpos, mas de almas.
Dessa maneira, aos domingos, talvez, seja hora dos casais terem mais tranqüilidade para a entrega sem ressalvas, sem o corre-corre da semana. Aos domingos, é tempo da gente telefonar e passar e-mails para todos os amigos com mensagens amorosas, muito amorosas.
O poetinha Vinicius de Morais valorizava muito o sábado, mas eu valorizo o sábado e o domingo e as horas de folgas, porque são momentos que dedico para me encontrar com o outro e, por outro lado, para me encontrar comigo mesmo, uma vez que, durante a semana, estou sempre atarefado e voltado mais para as coisas exteriores.
Por isso, amigos e amigas, hoje, domingo, final de noite, resolvi escrever esta crônica para dizer que, quando nos encontramos, amorosamente, sem chegar aos extremos, é sempre domingo ou feriado internacional, porque o ser humano nasceu para o amor e Ele, meus queridos e minhas queridas, é Amor, puro Amor. Beijão na alma de vocês.