Masculinidade Tóxica
Nesse mês de setembro amarelo vemos uma explosão de mensagens de apoio às pessoas que passam por problemas emocionais, um ato importante tendo em vista que a depressão é uma das maiores assassinas nesses últimos anos, mas dentro desse assunto há algo profundo que precisa ser trazido a tona, a masculinidade tóxica.
Sim, não é questão apenas das feministas, mas também dos profissionais de saúde mental, diversas pesquisas trouxeram dados alarmantes do alto índice de suicídios entre o público masculino (superior ao das mulheres) e não só isso, foi observado que os homens tendem a procurar formas de suicídio mais fatais que as mulheres, sendo o uso de arma de fogo o campeão entre os métodos.
A imagem masculina repassada à séculos, do cara forte, bruto, frio e com bastante 'sex appeal' bagunçou com a mente do público masculino, a questão é que não há fórmula para ser um homem, existem diversos tipos de caras, não há um padrão perfeito, por isso muitos homens buscam se afirmar como machões para serem aceitos dentro da sociedade e nisso acabam reproduzindo atos inconsequentes, colocando a sua vida e a dos outros em perigo, e também deixa de conversar sobre os seus problemas, deixa de ir até em médico e psicólogo, tudo porque é coisa de 'mulherzinha'.
Sempre quando penso no assunto lembro-me do livro São Bernardo de Graciliano Ramos, Paulo Honório (personagem do livro), um machão frio e bruto perde a sua amada (Madalena) simplesmente por não saber dizer o que sente e tratá-la como algo inferior, não como uma companheira que vai estar ao seu lado em todos os momentos. Paulo Honório foi mais um desses homens que doutrinado por essa ideia estúpida do que é ser homem, perdeu coisas preciosas da vida.
Enfim, se você é homem, pense bem sobre a sua vida, suas atitudes, sua essência. Saiba que o bom homem é aquele que tem honra, que cuida bem de si e do próximo, que pensa,trabalha, estuda, cria e que também tem o direito de fraquejar e pedir ajuda. Não viva essa ilusão de perfeição, entenda a si mesmo e passe a encarar a vida com novos tons, tons de liberdade e felicidade.