Killimanjaro
Em meio a uma savana, o Killimanjaro nasceu. Imponente, se destacando na paisagem, parecia algo grande, mas seu entorno era cheio do outros que pouco chamavam a atenção.
Eu nunca entendi esse meu apelido. Li na Barsa que eu era o ponto mais alto da África, fiquei feliz. Mas ali mesmo, na escola, eu tive ciência de que alguém que se destaca onde ninguém mais se expressa, talvez seja medíocre. E medíocre com o significado real, um ser na média.
Cresci ouvindo que eu era inteligente, capaz, de pensamento rápido, e criativo. Eu fui elogiado como um artista, mas criado como um trabalhador do capitalismo.
Meus sonhos foram tratados como alguma "síndrome de Peter Pan", e em um mundo onde ganhar a vida significa ter dinheiro, eles não tinham espaço.
Meus sonhos deveriam ser um carro, uma casa, e construir uma boa família cristã. Eu não os absorvi. E virei mais um frustrado, que não realizei minhas vontades artísticas, e não tive o sucesso que desejavam.
Em uma análise simplista, eu posso ser chamado de fracassado, mas conquistando o que a sociedade queria para mim, eu seria feliz?
Um fudido com a consciência limpa, dorme melhor que um fudido dirigindo um Porsche.