Calçadas, infamemente, ocupadas* (16/04/2019)
A velha contenda de ruas e calçadas, infamemente, ocupadas pela “informalidade” volta a ser pauta na imprensa local.
O Ministério Público exige que seja respeitado o direito de ir e vir do cidadão, como diz a Constituição Federal. Entretanto, esbarra na falta de organização dos municípios e na resistência da população, levianamente, beneficiada.
Eu compreendo esse conflito como uma desordem vigiada. E, talvez, por ser enraizado socialmente, tenha o seu desfecho sempre postergado.
A dificuldade para se conseguir empregos formais... Reforça a estatística da desigualdade social e agrava esse fenômeno de (des)arranjo do ambiente e favelização das cidades.
No entorno do mercado Darcílio Wanderley, por exemplo, vemos um flagrante contraste com as linhas arquitetônicas do prédio-sede, mas não é só isso:
Construções irregulares de alvenaria; bancos de feira que obstruem as ruas; concessões públicas repassadas de pai para filho, (quando não vendidas à terceiros); Todos, provas de lesa-pátria.
Mesmo sendo capítulos importantes dessa novela urbana: plano diretor, mobilidade e acessibilidade, código de postura.. . Quero chamar a atenção para uma cidade-inútil que se configura a partir da clandestinidade.
É dispensável dizer que a ausência de políticas públicas se arrasta gestão após gestão, com a devida vênia de seus prefeitos - Que não orientam e quase nunca fiscalizam.
Não é usar a força, mas determinar prazos legais, argumentar e imaginar soluções de forma colegiada que beneficiem toda a sociedade. Afinal, estamos falando de uma dificuldade que nós mesmos concebemos, seja por: permissividade, conveniência, estupidez ou leiguice.