Sanidade e filosofia

A suprema sanidade é a verdade da existência. Não é o que a ciência descobre e sim o que a religião nega, enquanto fantasia. A função elementar do filósofo não é o da inteligência, do gênio criativo, mas da sanidade. Falha, quando confunde a essência da filosofia com arte ou ciência. Se diz o que não é. Por vaidade ou auto desconhecer. Ocupa o lugar que não lhe cabe, munido de um superego sem controle. Ou trata a filosofia como um espelho ou como um chão pra ser pisado. Se eleva acima do bom senso e não há maior pecado. Não é sobre descobrir mas sobre saber. E o principal saber não é a apoteose da ciência, de sua tecnologia. É o mais alto grau de maturidade. De viver sem o colo de certezas que reconfortam, com promessas sobre o impossível. Não é tortura ou sacrifício, ainda que seja uma abnegação. De acordar todo dia sabendo que é um dia único pra ser vivido. É o impulso desse fatalismo, de intimidade ao tempo, aliado à prudência da previsão. Do útil e do agradável. Manter-se são enquanto humano, não é uma tarefa fácil. São muitos os desdobramentos, os labirintos que construímos com a mente. Sua complexidade é nossa aliada e também à de nossa alienação. Protegidos das verdades absolutas, podemos nos esconder e cultivar esperanças, fitando horizontes de um céu eterno ou de uma utopia com princípios distópicos. A sanidade é uma questão de escolha pra nós. Estamos além dos limites de nossa adaptação, e isso é filosofia. Voamos tão alto que descobrimos o espaço sideral, além do céu azul. Nega-lo é um ato de insanidade, absolutamente/contrário à proposta filosófica.