O mimetismo discreto da pele e dos olhos a fingir a cor que não tem. A dimensão que não possui. Pois tudo é reto e convexo. A fingir os sentimentos nebulosos repletos de estrelas e de luz. Mas hoje eu arfava. O peito de pombo estava mesmo inflado e procurando oxigênio. Ou uma tábua de salvação. Pois tudo procurava sobreviver enquanto aguarda pela morte.
Estou tão triste hoje. O azul do céu me entristece e a chuva sub-reptícia parece informar sobre lágrimas reprimidas e não exauridas. Quando lembro das pessoas que amei, dos entes queridos que já partiram e foram definitivamente para o infinito, onde não mais os alcanço. As rimas perfeitas de fonemas redondos e concretos a ensaiar um lirismo tímido e envergonhado.
Olhei para rua e vejo mil pessoas parecidas com você. Mas você era único. Era vulgar e despreparado e nem mesmo se aceitava como era. Era um estranho parido e sem ninho. Uma ave de arribação que desafiava a primavera com as asas.
Todos tão parecidos. Fisionomias ícones, olhares oblíquos, roupas ciganas e passos de gueixa. A vertigem me informa o quão somos iguais e díspares. O quão somos convexos e côncavos. O quanto estamos misturados num inconsciente traído pela razão.
O quão riscamos passos num destino trágico onde o inconsciente nos conduz ao abismo. A tez pálida, a insônia, a tosse insistente imersa numa noite calma e mansa. O que foi feito daquele tempo?
O que foi feito da memória? Que esquadrinha tortura e torpeza. Vem novamente outra primavera e minha cabeça padece no inverno, nas baixas temperaturas, debaixo de colchas e de uma solidão ígnea.
O mimetismo de seu olhar dissipou-se. O cerro se abriu e, pronunciastes um mantra cotidiano: Bom dia!
Estou tão triste hoje. O azul do céu me entristece e a chuva sub-reptícia parece informar sobre lágrimas reprimidas e não exauridas. Quando lembro das pessoas que amei, dos entes queridos que já partiram e foram definitivamente para o infinito, onde não mais os alcanço. As rimas perfeitas de fonemas redondos e concretos a ensaiar um lirismo tímido e envergonhado.
Olhei para rua e vejo mil pessoas parecidas com você. Mas você era único. Era vulgar e despreparado e nem mesmo se aceitava como era. Era um estranho parido e sem ninho. Uma ave de arribação que desafiava a primavera com as asas.
Todos tão parecidos. Fisionomias ícones, olhares oblíquos, roupas ciganas e passos de gueixa. A vertigem me informa o quão somos iguais e díspares. O quão somos convexos e côncavos. O quanto estamos misturados num inconsciente traído pela razão.
O quão riscamos passos num destino trágico onde o inconsciente nos conduz ao abismo. A tez pálida, a insônia, a tosse insistente imersa numa noite calma e mansa. O que foi feito daquele tempo?
O que foi feito da memória? Que esquadrinha tortura e torpeza. Vem novamente outra primavera e minha cabeça padece no inverno, nas baixas temperaturas, debaixo de colchas e de uma solidão ígnea.
O mimetismo de seu olhar dissipou-se. O cerro se abriu e, pronunciastes um mantra cotidiano: Bom dia!