NAKOODO - INTERMEDIANDO CASAMENTO
Já exerci muitas atividades no decorrer desta vida. Feirante, balconista, bancário, professor, advogado, jornalista. Mas quando menos se espera, aparece algo inusitado.
Velho conhecido, engenheiro, sempre que podemos trocávamos ideias a respeito de tudo, apesar de ser bem mais jovem.
Certa noite, misterioso, veio pedir meu auxílio num assunto delicado, diria logo de início. Órfão de pais, vivia sozinho, por isso algum apoio seria ótimo...
Estava namorando filha de um empresário bem conceituado da cidade. E soube que mantinha bom relacionamento com o possível sogro, tendo em visa tê-lo atendido diversas vezes como gerente de banco e mais tarde como jornalista, abrindo-lhe espaço no jornal em que escrevia. Assim, gostaria que intermediasse no pedido de casamento. Não tive como recusar. E prometi-lhe estudar o ritual mínimo exigido de acordo com os costumes japoneses para a ocasião. Meu papel seria o de NAKOODO –intermediário no casamento.
Troquei ideias a respeito com algumas pessoas versadas na etiqueta japonesa e barco para frente. Sugeriram como brinde ao pai da noiva, uma garrafa de sakê, com flocos de ouro. Coisa mais fina, impossível. E mais tigelas de madeira para servir a bebida.
Só para não prolongar demasiadamente. Tudo transcorreu conforme esperado. O pedido foi aceito, apesar das inúmeras gafes por minha parte no idioma japonês